O consumo de energia no Brasil vai cair durante os jogos da Copa do Mundo, mas o país terá que conviver com picos de consumo nos intervalos das partidas e após o seu término. De acordo com Wilson Fernandes Lage, engenheiro de planejamento do sistema elétrico na Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), a expectativa é que no intervalo de Brasil e Croácia – e também logo após a disputa – a rampa de consumo suba entre 20% e 30% na comparação com a demanda habitual. Duas horas antes do primeiro jogo, marcado para as 17h, o consumo vai começar a baixar, chegando a cair entre 15% e 20% durante a competição.
“Muitas empresas, escolas, o comércio vão liberar funcionários e alunos para assistir aos jogos. Nesse momento haverá uma concentração de pessoas em frente a um só aparelho de TV. Aliado a isso, o consumo de outras cargas vai cair”, explica Lage. O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) espera redução de consumo e afirma que a preocupação é com os picos de uso. O órgão afirma, porém, que o sistema elétrico brasileiro tem condições para atender a demanda.
“O pico será no intervalo (dos jogos) e será comandado pela pipoca de micro-ondas e pelas geladeiras. Os jogos vão ser no fim da tarde. O sistema aguenta, até porque o período é frio e a energia do ar ar condicionado não vai pesar”, diz o diretor da Safira Energia, Mikio Kawai, Jr. Para Jorge Trinkenreich, diretor da PSR Energia, este ano a situação é mais preocupante do que a do último mundial em função do nível dos reservatórios no país. Ainda assim, de acordo com ele, os picos de demanda durante a Copa poderão serão atendidos pelas termelétricas.