A 20 dias do fim do prazo de retirada do abono salarial do PIS/Pasep do exercício 2013/2014, 1,4 milhão dos 22,6 milhões de beneficiários não fizeram o saque de um salário mínimo a que têm direito. Boa parte desse contingente foi prejudicada pela decisão do governo de cancelar, no mês passado, uma campanha publicitária que informaria os trabalhadores sobre o saque. O objetivo foi engordar o caixa do Tesouro Nacional. A partir de 30 de junho, quem não sacar o abono terá que recorrer à Justiça.
Diante da pressão de integrantes do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) para que os trabalhadores fossem avisados a tempo, o Ministério do Trabalho emitiu correspondências a todos os beneficiários que não tinham posto a mão no abono. As correspondências começaram a ser expedidas em 15 de maio. Mas, no entender dos especialistas, o tempo é curto e muita gente será prejudicada.
O Ministério do Trabalho assegurou que tudo está dentro do prazo e que o total de abonos sem saque decorre das dificuldades em localizar os trabalhadores — “muitos mudam de endereço e os dados acabam não sendo atualizados”. A expectativa é de que, até o fim do mês, entre 300 mil e 400 mil retirem o dinheiro, levando o índice de abonos não retirados ao nível tradicional de 5%.