(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

André Chagas do IPC-Fipe está cético sobre queda da inflação

A inflação do grupo Alimentação passou de 0,73% para 0,45% do fechamento de maio para a primeira quadrissemana de junho


postado em 10/06/2014 13:49 / atualizado em 10/06/2014 14:23

O coordenador do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), André Chagas, afirmou nesta terça-feira, que a desaceleração da inflação é uma boa notícia, mas que ainda há dúvidas. "Não tenho certeza se existe gás para continuar desacelerando. Me parece que (o alívio) é mais por causa dos efeitos sazonais no que se refere aos in natura e à intervenção em um preço importante que é o de água e que já está de dissipando. É a cara do Brasil hoje: intervenções pontuais para que o indicador fique bonito, mas a história por trás disso não é tão bonita assim", disse. As afirmações foram feitas em entrevista para comentar o IPC da primeira quadrissemana de junho, que ficou em 0,22%, ante 0,25% no fechamento de maio. A previsão da Fipe para o encerramento do mês é de um patamar acima do atual, de 0,30%.

A inflação do grupo Alimentação passou de 0,73% para 0,45% do fechamento de maio para a primeira quadrissemana de junho, basicamente em função da queda de 2,45% dos preços dos produtos in natura, que são bastante voláteis. "Como alguns desses preços já acumulam muita queda, é difícil imaginar que vão continuar caindo. Se os preços industrializados tivessem

respondendo mais à fraqueza da atividade industrial, aí poderíamos pensar em algo mais perene. Mas não é neles que estamos vendo o movimento mais forte de queda. É isso que não nos deixa confortável em acreditar que a tendência (de desaceleração da inflação) vai se sustentar. Há muito senões", afirmou. Ao contrário dos in natura, os preços dos alimentos industrializados aceleraram a alta na primeira medição de junho, para 1,41%, ante 1,38% na leitura anterior.

Contudo, para o curtíssimo prazo, a Fipe prevê taxas menores para a inflação de Alimentação, amparada, ainda no movimento dos in natura. Para a segunda e a terceira quadrissemanas de junho, a expectativa é de que o grupo tenha altas de 0,28% e 0,19%, mas voltará a acelerar no final do mês, para 0,38%. Segundo Chagas, a trajetória de Alimentação entre o término de maio e a primeira apuração de junho mais do que compensou a aceleração do grupo Habitação, que saiu de uma queda de 0,24% para alta de 0,01%. O movimento foi puxado pela fôlego menor de baixa do item água e esgoto, para -7,81%, ante -10,17% na leitura anterior. "Na ponta (pesquisas semanais), já vemos perda do efeito de queda", disse.

O comportamento do item água e esgoto está relacionado à redução do consumo estimulado pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) e ao desconto de 30% na tarifa que a empresa está concedendo para aqueles que cortarem o consumo em 20%. Segundo Chagas, é razoável imaginar que o impacto benéfico da medida está perto do limite, uma vez que o espaço para economias adicionais de consumo está se esgotando.

Por fim, o coordenador comentou que o fim das promoções de produtos eletroeletrônicos e mobiliários contribuiu para o fim da deflação de Habitação. "Muitos deles já estão em leve alta", disse. Na primeira quadrissemana, o item equipamentos eletroeletrônicos subiram 1,06%.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)