Rio, 11 - A desaceleração nos preços dos alimentos contribuiu para que a inflação das famílias de baixa renda perdesse força na passagem de abril para maio. Por outro lado, as tarifas de energia elétrica residencial subiram e impediram que o alívio fosse maior. O Índice de Preços ao Consumidor - Classe 1 (IPC-C1) avançou 0,58% no mês passado, ante alta de 1,05% em abril, segundo a Fundação Getulio Vargas (FGV).
Das oito classes de despesa pesquisadas no índice, quatro desaceleraram em maio. Na Alimentação (1,69% para 0,27%), a maior contribuição veio de hortaliças e legumes (5,52% para -2,50%). Outros destaques foram a batata inglesa (-11,38%) e a alface (-12,04%). A despeito disso, o tomate voltou a ganhar força, subindo 12,49% em maio.
No grupo Saúde e Cuidados Pessoais (1,68% para 0,94%), o impacto do reajuste dos medicamentos começa a ficar para trás. O item subiu 1,35% no mês passado, contra 2,45% em abril. Já no caso do Vestuário (0,71% para 0,46%) foram as roupas que subiram menos (0,58%), contribuindo para que a inflação perdesse força. Completando o quadro, o grupo Transportes (0,68% para 0,58%) contou com a queda de 0,28% nos preços da gasolina.
Em contrapartida, as tarifas de energia elétrica residencial, ainda refletindo os reajustes concedidos entre os meses de abril e maio, aceleraram de 2,41% para 3,94%. Com isso, o grupo Habitação ganhou força (0,73% para 0,84%).
Também aceleraram os grupos Educação, Leitura e Recreação (-0,40% para 0,69%), Despesas Diversas (0,36% para 0,77%) e Comunicação (-0,03% para 0,06%). Nestas classes de despesa destacam-se os itens passagem aérea (-29,23% para 13,90%), jogo lotérico (0,00% para 7,29%) e pacotes de telefonia fixa e internet (0,20% para 0,42%), nessa ordem. O IPC-C1 é apurado entre as famílias que ganham entre 1 e 2,5 salários mínimos por mês.
Maior que a média
A taxa do IPC-C1 de maio, de 0,58%, foi superior à inflação média apurada entre as famílias com renda mensal entre 1 e 33 salários mínimos. O Índice de Preços ao Consumidor - Brasil (IPC-Br) mostrou alta de 0,52% no mês passado. Ambos são calculados pela FGV.
A taxa de inflação acumulada em 12 meses do IPC-C1 acelerou de 5,57% abril para 6,00% até maio de 2014, mas segue em patamar inferior em relação ao IPC-BR, que subiu 6,57% em igual período.