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Estado de Minas

Prévia da inflação oficial, IPCA-15 fica em 0,47% em junho, contra 0,58% em maio


postado em 19/06/2014 06:00 / atualizado em 19/06/2014 07:46

Brasília – A inflação finalmente deu um alívio ao bolso do brasileiro. Em junho, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), que é considerado uma prévia do custo de vida no país, avançou 0,47%. Em maio, a alta havia sido de 0,58% e, um mês antes, de 0,78%. Apesar da trajetória de queda, os preços continuam distantes do centro da meta de inflação, de 4,5% ao ano. Pior do que isso, em junho, no acumulado em 12 meses, eles alcançaram o patamar de 6,41%, quase encostando no teto de tolerância de 6,5% ao ano. Na avaliação do economista sênior do BES Investimento Flávio Serrano, é “questão de tempo” até que os preços rompam esse patamar.

Boa parte dessa pressão veio do aumento dos preços das passagens aéreas. Dados divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que as companhias aéreas aproveitaram a chegada da Copa do Mundo para faturar em cima dos turistas brasileiros ou estrangeiros. No Nordeste, onde a oferta de voos diários é menor do que em outras regiões do Sudeste e Centro-Oeste, como São Paulo, Rio de Janeiro ou Brasília, o peso sobre o bolso foi maior. “Em Salvador, por exemplo, os preços subiram nada menos que 37,39% por conta da Copa”, disse o economista-chefe da Gradual Investimentos, André Perfeito.

Em média, em todo o país, os bilhetes aéreos ficaram 22,15% mais caros em junho. Não por acaso, o grupo transportes, cujos preços haviam recuado 0,33% em maio, voltou a ficar em campo positivo em junho, com alta de 0,50%. Em 12 meses, porém, a pressão dos preços ainda é relativamente baixa, 3,4%, em função do congelamento de reajustes nas passagens de ônibus, trens e metrôs nas principais capitais brasileiras, ainda em função das manifestações populares que pararam o país entre junho e julho de 2013.

A boa notícia do mês, no entanto, veio da mesa. A estiagem que, no início do ano, provocou a quebra de safras e contribuiu para a elevação dos preços de alimentos e bebidas em até 1,84% apenas em abril deu lugar a uma pressão menor desses itens. “Diversos alimentos com peso na cesta de consumo apontaram desaceleração relevante no mês, como a batata-inglesa, as hortaliças e o feijão-carioca”, reforçou o economista-chefe da Concórdia Corretora, Flávio Combat.

Esses alimentos ficaram, em média, respectivamente, 16,35%, 4,69% e 3,37% mais baratos em junho. Ao todo, o grupo alimentação e bebidas recuou de uma alta de 0,88%, em maio, para uma elevação de 0,21%, no mês seguinte. Mesmo assim, no acumulado em 12 meses, o peso desses itens no orçamento doméstico ainda está longe de agradar: alta de 7,66%, bem acima, portanto, do teto de tolerância perseguido pelo governo, que é de 4,5% ao ano, com tolerância de dois pontos percentuais para baixo ou para cima.

Desafio para a presidente


O descasamento desses preços da meta de inflação é um desafio a mais para o governo justamente em um momento em que a equipe econômica da presidente Dilma Rousseff começará a decidir os próximos passos para o combate do custo de vida em 2016. Desde 2005, a meta vem sendo fixada em 4,5% ao ano, mas os seguidos descumprimentos desse alvo levaram o mercado a questionar se o compromisso do Banco Central é mesmo levar os preços para este patamar. Desde 2009, o IPCA segue acima da meta, tendo chegado a operar acima de 6% durante a maior parte do tempo entre o fim de 2013 e o começo desse ano. Em junho, esse índice foi de 6,41%, o maior patamar desde julho do ano passado.


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