Nunca se ouviram tantos sotaques diferentes no Mercado Central de Belo Horizonte. Desde o início da Copa, dizem os comerciantes, o movimento aumentou e, embora acostumados a receber turistas, nunca viram tamanha quantidade de visitantes, a maior parte deles estrangeiros. A consequência é o incremento nas vendas. De acordo com o superintendente do centro de compras, Luiz Carlos Braga, bares, restaurantes e lanchonetes estão vendendo 60% a mais que o habitual. Pão de queijo, broa e café foram alguns dos itens mais consumidos. Nos outros setores, a expectativa é de melhora até o fim do Mundial. Colombianos são apontados pelos lojistas como campeões em compras.
No Bar da Tia, Giovanni Silva notou aumento de 30% no número de clientes, a maioria deles colombianos. Fígado com jiló e cebola, contrafilé e pernil foram os tira-gostos mais pedidos. Mas há também quem não tenha sentido os efeitos da febre de turistas. José de Freitas, do Bar Zé da Onça, esperava mais. “Tem muito turista, mas as vendas não melhoraram tanto”, afirma. Funcionária do Botequim do Antônio, Valdelicia de Jesus diz que nada mudou. “Além de não ter melhorado, a Copa está espantando os clientes fiéis, que pensam que o Mercado está cheio demais e não querem vir.”
Os amigos Justin Montanti, de 26 anos, e Alex Shimada, de 25, da Califórnia (Estados Unidos), chegaram há quatro dias na capital e adotaram o Mercado Central como um dos lugares preferidos. O café da manhã, com um saboroso açaí, é lá. Cachaças e chinelos havaianas já estão nas malas. Fim da tarde, tira-gosto no bar, enquanto a bola rola pela televisão. “É difícil achar um mercado como esse, aberto todos os dias”, afirma Justin. “Encontramos tudo o que queremos e com preços razoáveis”, acrescenta Alex.