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Estado de Minas

Copa do Mundo faz bares e restaurantes faturarem o dobro de uma semana normal

Com faturamento duplicado nas mesas, ocupação de 100% nos quartos em dias de jogos e varejo vendendo até 60% mais, empresários comemoram resultados


postado em 19/06/2014 06:00 / atualizado em 19/06/2014 07:36

Com investimento em produtos com alusão às cores do Brasil, comércio da Savassi foi mais beneficiado com fluxo maior de turistas(foto: Marina Rigueira/EM/D.A Press)
Com investimento em produtos com alusão às cores do Brasil, comércio da Savassi foi mais beneficiado com fluxo maior de turistas (foto: Marina Rigueira/EM/D.A Press)

Se nos gramados a primeira semana da Copa do Mundo exibiu uma fartura de gols, na economia da capital mineira os sete primeiros dias do Mundial também mostram resultados que fazem empresários do comércio em geral, shoppings, bares, restaurantes e hotéis comemorarem a alta demanda provocada pelos turistas que passam pela cidade. De acordo com estimativa da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes de Minas Gerais (Abrasel), já foi movimentada a bolada de R$ 10 milhões apenas nesta primeira semana, superando a expectativa do setor. O resultado é o dobro do movimento de uma semana normal, que gira entre R$ 4,5 milhões e R$ 5 milhões.


Nas lojas, a Copa alavancou os negócios e, segundo a Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH), a média diária de vendas no período dos jogos já supera os R$ 76 milhões movimentados em dias normais. Ainda sem um levantamento do impacto do Mundial, a entidade diz que as regiões mais beneficiadas são a Savassi e a Pampulha, onde as vendas estão até 60% superiores às verificadas nos dias pré-Copa. “O brasileiro demorou a empolgar, mas já entrou no clima da Copa. Os estrangeiros estão consumindo principalmente produtos típicos, artesanato e suvenires, além de produtos esportivos”, diz a economista da CDL-BH, Ana Paula Bastos. O setor hoteleiro também comemora a taxa de ocupação média de 95% em dias de jogos no Mineirão e de 62% nos dias anteriores e posteriores ao jogos, segundo informações da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis de Minas Gerais (Abih-MG).


A expectativa dos lojistas é aumentar ainda mais o movimento e faturamento nos próximos dias, principalmente no fim de junho e início de julho, quando ocorrem as partidas de oitavas de final e semifinal no Mineirão. De acordo com o Ministério do Turismo, até o final da Copa, 160 mil estrangeiros e 230 mil turistas brasileiros passarão por Belo Horizonte. A Empresa Municipal de Turismo de Belo Horizonte (Belotur) não tem ainda balanço do número de turistas que passaram pela capital, mas 15 mil atendimentos já foram realizados nos Centros de Atendimento ao Turista, para mais de 40 nacionalidades diferentes.


O vice-presidente da Abrasel-MG, Matusalém Gonzaga, comemora o sucesso da Copa. Segundo ele, algumas regiões como a Centro-Sul e Pampulha registraram movimentos entre 40% e 70% maiores nesta última semana. Em outras regiões como Santa Tereza, o aumento chegou na casa dos 30%. De acordo com ele, a alta está além do esperado. “Estávamos desanimados, com medo que os protestos ocorressem como na Copa das Confederações, deixando as ruas vazias”, afirma. Ainda de acordo com Matuasalém, a expectativa é movimentar no mercado cerca de R$ 20 milhões em duas semanas, o dobro do que seria movimentado em duas semanas normais. “Queremos chegar à média de 52% de aumento no movimento nos bares e restaurantes da cidade”, afirma.

Nas mesas
Na Savassi, local que ganhou o coração dos turistas, o movimento é intenso todos os dias. O gerente da livraria e bar Status, Café, Cultura e Arte, Gustavo Batista, afirma que o movimento no local é 50% maior do que nos dias normais. Ele conta que esse aumento era esperado apenas nos dias de jogos do Brasil. “Surpreendeu-nos a quantidade de gringos querendo assistir aos jogos das outras seleções. Eles chegam na hora do almoço e, a maioria, só vai embora depois da última partida”, conta. Gustavo teve que reforçar o estoque de bebida, entre elas a cachaça para fazer a caipirinha, bebida preferida dos estrangeiros e da cerveja. Além disso ele contratou 40% a mais de mão de obra, entre garçons, seguranças, cozinheiras e faxineiras.


Na Pampulha, o movimento também é bom, segundo o gerente do Restaurante Filé, na Avenida Fleming, Gilberto Antônio dos Santos. No último jogo do Brasil, realizado na terça-feira, ele precisou fechar as portas do estabelecimento 30 minutos antes do início da partida, já que a casa atingiu a lotação máxima, com 700 pessoas. “Se tivéssemos espaço para duas mil pessoas, a gente atenderia. Muita gente ficou do lado de fora, inclusive belgas”, afirma Gilberto, que completa ainda: “Nosso movimento é 30% maior do que o registrado em dias normais”.
Nos hotéis, a expectativa é aumentar a taxa de ocupação média nos próximos dias com a chegada dos argentinos. Segundo a presidente da ABIH-MG, Patrícia Coutinho, muitos turistas não fizeram a reserva e devem surpreender, assim como os colombianos que chegaram de surpresa. “A ocupação deve aumentar no final desta semana. A maioria dos argentinos que estão no Rio de Janeiro e devem chegar a Belo Horizonte até sábado deixou para fazer a reserva ao chegar na cidade”, afirma.

No varejo

Na Savassi, a região mais beneficiada pelo fluxo maior de turistas, principalmente estrangeiros, o aumento nas vendas dos lojistas chega a até 60% em relação a semana anterior ao início da Copa. A loja de utilidades Gujoreba, que tem duas unidades na Savassi, investiu nos produtos com tema Brasil, e de acordo com o sócio-proprietário, Gustavo Batista, as vendas cresceram pelo menos 60% nesses primeiros sete dias de Copa. “Investimos alto em artigos do Brasil, como camisas, chapeús, bandeiras, lembranças do país e suvenires e não arrependemos. Os turistas estrangeiros estão animados com o Mundial e encantados com BH e isso incentiva o consumo”, ressalta. Os produtos na Gujoreba vão de R$ 1,20 a R$ 200.

Elmo, localizada na Avenida Cristóvão Colombo, registrou aumento de 30% nas vendas, impulsionadas pelo estande das Havaianas montado no lado de fora da loja. De acordo com a gerente, Janete Lima, os chinelos são o grande atrativo para o período. “A marca é consolidada em todo o mundo e fascina os estrangeiros. Os colombianos, mexicanos e argentinos foram os que mais compraram as sandálias até agora, não só pra eles como para levar para familiares e amigos que não vieram ao Brasil”, explica.

Centros de compra


Os shopping de Belo Horizonte também comemoram a vinda de turistas para a cidade, mas ainda não divulgaram um balanço do aumento de vendas e fluxo, embora garantam que o crescimento é certo. O Pátio Savassi tem registrado grande movimentação de estrangeiros na primeira semana no Mundial. De acordo com a gerente de marketing do mall, a preparação foi intensa para receber os turistas, considerando que a região é privilegiada pela presença de muitos hotéis no entorno e por ser o ponto de encontro de comemoração das torcidas. “O shopping está recebendo muitos turistas estrangeiros, sejam torcedores, jornalistas e até equipes técnicas das seleções.” O gerente de marketing do BH Shopping, Renato Tavares, informou que o aumento de fluxo no centro de compras chegou a 30%, principalmente nas vésperas de jogos da Seleção Brasileira. "Estamos ao lado do hotel Cesar Business, o segundo credenciado pela Fifa, que já recebeu gregos, argelinos, iranianos e ingleses, e a proximidade com o shopping alavancou as vendas”, diz ele.


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