As contas do governo central fecharam maio com o pior resultado da história para o mês: o déficit atingiu R$ 10,502 bilhões, informou nesta sexta-feira, 27, o Tesouro Nacional. O resultado, que engloba o desempenho das contas do Tesouro, INSS e Banco Central, é o pior da série histórica do órgão para meses de maio, que começa em 1997. O segundo pior resultado foi registrado em maio de 1999, mas nem havia chegado na casa dos bilhões: déficit R$ 650 milhões.
O Tesouro registrou em maio um déficit de R$ 6,485 bilhões e a Previdência um déficit de R$ 3,879 bilhões. Já as contas do BC tiveram um déficit primário de R$ 136,4 milhões. O resultado ficou fora do intervalo das expectativas do mercado, segundo levantamento do AE Projeções, de déficit de R$ 6,500 bilhões a superávit de R$ 4,000 bilhões. O déficit divulgado há pouco foi bem pior que a mediana, negativa em R$ 894 milhões.
No acumulado do ano até maio, o superávit soma R$ 19,158 bilhões, o equivalente a 0,93% do PIB. A queda é de 42,4% em relação ao mesmo período do ano passado, quando o superávit acumulava no mesmo período R$ 33,271 bilhões. A meta fiscal para o governo central no ano é de R$ 80,774 bilhões.
Esse desempenho no ano reflete um aumento maior das despesas em relação ao crescimento menor das receitas. Enquanto as despesas registram uma alta de 11,1% de janeiro a maio, as receitas avançaram apenas 8,0%.
Em 12 meses até maio, o superávit do governo central caiu a R$ 62,9 bilhões, o equivalente a 1,3% do PIB. Segundo os dados, o Tesouro apresenta um superávit de R$ 37,812 bilhões no acumulado do ano. Já as contas da Previdência registram um déficit de R$ 18,656 bilhões e o BC acumula um saldo negativo de R$ 1,9 milhão.