O total de vendas de automóveis e comerciais leves no primeiro semestre do ano - 1,582 milhão - é o pior resultado para o período desde 2010, quando o número foi de 1,495 milhão de unidades. Na comparação com 2013, o resultado dos primeiros seis meses deste ano representa queda de 7,33% nas vendas do segmento. "Voltamos ao volume de 2010", disse o presidente da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), Flávio Meneghetti.
Entre os fatores para o mau resultado do setor, Meneghetti destaca a dificuldade por parte do consumidor na obtenção de crédito, os efeitos da Copa e a recomposição gradual do IPI. Com os números do semestre, a Fenabrave decidiu revisar as projeções para um cenário mais pessimista. A expectativa da instituição passou a ser de queda de 7,75% nas vendas de automóveis e comerciais leves este ano. No mês passado, a previsão era de que a variação no ano fosse negativa em 3,50%.
No início do ano, a instituição trabalhava ainda com dois cenários: no mais otimista, era aguardada estabilidade nas vendas de automóveis no ano, mas os números alteraram a visão do setor.
Caminhões e ônibus
A projeção para vendas de caminhões e ônibus também foi alterada, passando a ser de -14,07% (ante expectativa anterior de alta de 1,63%). O pior problema para o setor, avalia Alarico Assumpção Júnior, presidente-executivo da Fenabrave, é a atual situação da atividade econômica. "Se a economia vai mal, há menos carga a ser transportada", disse. "Hoje tem produto, cliente e fomentação (financiamento). O que não tem é carga transportada no volume que precisaria", completou.