A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou junho com alta de 0,4%, ante uma variação de 0,46% em maio, informou nesta terça-feira, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
No ano, o IPCA acumulou uma alta de 3,75%. Em 12 meses, a taxa ficou em 6,52%, acima do teto da meta estipulada pelo governo, de 6,5%. Esse é o maior patamar desde junho de 2013, quando estava em 6,7%. Em maio, a taxa estava em 6,37%.
No Boletim Focus dessa segunda-feira, a projeção para o IPCA em 2014 se manteve estável em 6,46% pela terceira semana consecutiva. Há quatro semanas, a estimativa era de 6,47%. Para 2015, a projeção também se manteve estável entre uma semana e outra, em 6,10%. Um mês antes, a expectativa estava em 6,03%. A previsão de inflação para os próximos 12 meses à frente, no entanto, caiu, passou de 5,91% para 5,89%, conforme a projeção suavizada para o IPCA. Há quatro semanas estava em 6,01%.
Copa do Mundo
Segundo dados do IPCA, metade da inflação de junho teve influência direta do início da Copa do Mundo no País. Passagens aéreas e diárias de hotel ficaram mais caras, respondendo juntas por 0,20 ponto porcentual da taxa de 0,40% do IPCA do mês.
Os hotéis lideraram o ranking de impactos por itens. A alta de 25,33% nos preços das diárias levaram o item a uma contribuição de 0,11 ponto porcentual para a inflação do mês. Os hotéis também explicam a aceleração no grupo Despesas Pessoais, de 0 80% em maio para 1,57% em junho, que resultou na maior contribuição de grupo para o IPCA do mês, 0,17 ponto porcentual.
Já as passagens aéreas ficaram 21,95% mais caras em junho, por conta do aumento na demanda causado pela Copa. O avanço se traduziu num impacto de 0,09 ponto porcentual do item no IPCA do mês.
Como resultado, os Transportes saíram de deflação de 0,45% em maio para alta de 0,37% em junho, apesar de os combustíveis terem ficado mais baratos no mês. O litro do etanol recuou 3,42% enquanto o preço da gasolina caiu 0,72% em junho.
Alimentação e Bebidas têm deflação
Dentro do IPCA, o grupo Alimentação e Bebidas registrou deflação de 0,11% em junho, após uma alta de 0,58% em maio. O grupo teve o menor resultado desde julho de 2013, quando registrou queda de 0,33%, e deu a principal contribuição para conter a inflação no mês, um impacto de -0,03 ponto porcentual para a taxa de 0,40% do IPCA.
Os alimentos consumidos no domicílio tiveram deflação de 0,60% em junho. Entre os produtos que ficaram mais baratos ao consumidor, os destaques foram a batata-inglesa (-11,46%) e o tomate (-9,58%), que apresentaram os principais impactos de baixa, com contribuição de -0,03 ponto porcentual cada.
Já os alimentos consumidos fora de casa aumentaram 0,82% em junho, mas com desaceleração em relação a maio (0,91%). Subiram menos a refeição fora de casa (de 0,96% em maio para 0,75% em junho), refrigerante (de 1,29% para 0,51%) e cerveja (de 0,34% para 0,01%). (Com Agência Estado)