O leilão de energia de reserva agendado para outubro, quando deve ser anunciado o primeiro grande projeto solar do País, é visto como a etapa inicial de uma trajetória semelhante ao avanço da energia eólica no Brasil - que teve de superar uma série de barreiras até se tornar competitiva.
"Daqui a dez anos estaremos falando em energia solar competitiva como a energia eólica", diz o presidente da consultoria Thymos Energia, João Carlos de Oliveira Mello.
Para que isso se confirme, os próximos meses serão decisivos. Estão em discussão condições de financiamento, atração de investimento estrangeiro e taxa de rentabilidade dos projetos.
Nesta semana, está previsto um encontro entre líderes do setor energético e o BNDES. "Há mobilização por parte dos fornecedores. Os principais players já estão vindo para o Brasil. Mas a decisão de investimento depende de um sinal político forte e da sinalização clara de que haverá leilões no médio e longo prazos", diz a sócia da área de infraestrutura do Machado Meyer Advogados, Ana Karina Esteves de Souza.
A falta de clareza sobre o cronograma de leilões é de fato uma preocupação. Movimento liberado pela Associação Brasileira dos Produtores Independentes de Energia Elétrica e pela Associação da Indústria de Cogeração de Energia propõe que sejam realizados quatro leilões de energia de reserva em quatro anos.
A Eletrosul é uma das empresas que já demonstraram interesse em participar de leilões de energia solar em um futuro próximo. A lista conta, também, com a Renova Energia, além da italiana Enel.