Os negociadores dos cinco países dos Brics ainda devem, no último minuto, encontrar uma engenharia para conseguir fechar em Fortaleza a formatação do Banco dos Brics. Uma das alternativas discutidas, de acordo com uma alta fonte do governo, é diminuir o prazo da presidência do banco, ainda em disputa, especialmente no caso da primeira, que mais interessa ao Brasil. Dos atuais cinco anos, o rodízio poderia passar a dois anos.
A reunião terminou sem acordo na noite de ontem, em uma disputa ainda acirrada da Índia para evitar sair do País sem um dos principais trunfos do novo banco. O governo indiano queria que a sede fosse em Nova Délhi, e só aceita perder para Xangai, apoiada pelo Brasil, se levar algum dos outros cargos. Na negociação passou a entrar também a primeira presidência do conselho de administradores, que antes iria ser acertado em um momento posterior. "Vamos negociar, ainda vamos conversar", disse o ministro da Fazenda, Guido Mantega, que é um dos negociadores brasileiros.
A negociação estava praticamente fechada até o final de semana, com a China mantendo a sede em Xangai e o Brasil com a primeira presidência. Mas, ontem, já em Fortaleza, a conversa deu marcha à ré. O Brasil não descarta a possibilidade de ter que entregar a presidência para que o acordo consiga ser fechado em Brasília. De acordo com um diplomata ouvido pelo Broadcast, o governo avalia até onde vai e qual o grau real de importância dado a essa primeira presidência.
A reunião entre os ministros continua em Fortaleza e está atrasada. O acordo teria que ser fechado nos próximos minutos para que pudesse ser assinado pelos presidentes na cerimônia que ocorre às 12h30, de acordo com a agenda.