A relação entre o preço do etanol e o da gasolina sofreu leve aceleração entre a primeira e a segunda semanas de julho, de 66,24% para 66,55%, divulgou nesta quinta-feira, 17, a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). "Há quatro anos vem se mantendo nesse nível", lembrou o gerente Técnico de Pesquisas do Índice de Preços ao Consumidor (IPC), Moacir Mokem Yabiku.
Apesar da desaceleração dos preços dos combustíveis no IPC, que mede a taxa de inflação na capital paulista, Yabiku, acredita que abastecer o veículo com etanol ainda pode continuar sendo vantajoso, dado o período de colheita de cana-de-açúcar. Segundo ele, o fato do preço dos combustíveis estar perdendo o ritmo de queda deve estar associado ao aumento da demanda pelo etanol.
Entre a primeira e a segunda quadrissemanas de julho (últimos 30 dias terminados na terça-feira), os preços dos combustíveis diminuíram a velocidade da deflação: os do etanol passaram de -1,43% para -0,15%, enquanto os da gasolina saíram de -0,42% para -0,25%. O grupo Transportes, do qual os itens fazem parte, manteve a variação positiva de 0,10% na segunda leitura do mês. O IPC-Fipe, por sua vez, ficou em 0,04%, depois de 0,10% na primeira medição.
Para especialistas, o uso do etanol deixa de ser vantajoso em relação à gasolina quando o preço do derivado da cana-de-açúcar representa mais de 70% do valor da gasolina. A vantagem é calculada considerando que o poder calorífico do etanol é de 70% do poder da gasolina. Entre 70% e 70,50%, é considerada indiferente a utilização de gasolina ou etanol no tanque.