Apesar de recuarem em menor intensidade, os alimentos no atacado continuam com sinal negativo e contribuíram para mais uma deflação na segunda prévia do Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M). O índice registrou queda de 0,51% na segunda prévia do mês, o terceiro recuo consecutivo, contra -0,64% em junho e -0,04% em maio, segundo a Fundação Getulio Vargas (FGV).
No atacado, as matérias-primas brutas caíram 2,11% na prévia deste mês, menos do que a taxa de -2,47% de junho. O café em grão caiu menos (-9,68% para -2,60%), enquanto outros itens já voltaram a subir, como mandioca (-11,57% para 1,92%), bovinos (-0,86% para 1,03%), além de suínos e aves. Apesar disso, itens de peso no atacado intensificaram o ritmo de queda, como soja (+2,32% para -3,56%), minério de ferro (-4,47% para -6,29%) e milho (-7,71% para -9,16%).
Nos bens finais (-1,32% para -0,64%), a alimentação também ficou menos negativa. Na segunda prévia de julho, os alimentos in natura aceleraram de -12,00% para -6,91%. Ficaram mais baratos a batata-inglesa (-26,84%) e o tomate (-14,52%).
Entre os bens intermediários, a aceleração de -0,38% para -0,26% foi puxada pelo subgrupo suprimentos, que apresentou alta de 0,04%, após cair 0,54% no mês passado. Como resultado, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) recuou 0,94%, menos do que a queda de 1,33% observada na segunda prévia de junho.
Varejo
A inflação no varejo segue desacelerando. Neste mês, nenhum grupo ganhou força, os alimentos e as roupas ficaram mais baratos e o desconto na tarifa de água e esgoto em São Paulo, incorporado aos índices da FGV desde 1º de julho, contribuíram para o alívio no bolso das famílias. O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) avançou 0,14% na segunda prévia do IGP-M, metade da taxa registrada em junho.
A principal contribuição partiu do grupo Vestuário, que teve deflação de 0,49%, diante das roupas 0,96% mais baratas. Na segunda prévia de julho, a classe havia subido 0,44%.
Também perderam força os grupos Educação, Leitura e Recreação (0,52% para 0,17%), com as passagens aéreas custando 2,69% menos; Transportes (0,18% para 0,07%), com a queda de 0,20% nas tarifas de ônibus urbano; Despesas Diversas (0,94% para 0,25%), ajudadas pela estabilidade de preços dos jogos lotéricos após forte reajuste; Comunicação (0,14% para 0,08%), com a desaceleração dos pacotes de telefonia fixa e internet (0,32% para 0,01%); e Saúde e Cuidados Pessoais (0,53% para 0,50%), com o fim do impacto do reajuste dos medicamentos.
Na Habitação (0,46% para 0,37%), a incorporação do desconto sobre a taxa de água e esgoto residencial em São Paulo fez com que o item recuasse 0,38% na média do País. Já entre os alimentos, a queda de 0,10% foi a mesma observada na segunda prévia do mês passado. As frutas, o tomate e a batata-inglesa ficaram mais baratos, dando alívio ao bolso do consumidor, mas o grande destaque foram as carnes bovinas, com deflação de 0,45% na leitura anunciada hoje.
Construção
O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) subiu 0,67%, contra alta de 1,67% na segunda prévia de junho. O resultado foi puxado tanto pelo índice relativo a Materiais, Equipamentos e Serviços (0,49% para 0,42%) quanto pelo custo da Mão de Obra (2,75% para 0,89%).
O IGP-M mostra o comportamento dos preços apurados entre os dias 21 de junho e 10 de julho.