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Estado de Minas AGROPECUÁRIO

Criadores discutem em BH exportações de embrião Mangalarga Marchador

A 33ª Exposição Nacional do Mangalarga Marchador será aberta na quarta e um dos assuntos que estarão nas rodas dos criadores será a venda de embriões para outros países, prestes a ser liberada


postado em 21/07/2014 07:25 / atualizado em 21/07/2014 07:33

Ronaldo Tavares, do Haras Três Corações, montado em Fator da Cavaru: parcerias com estrangeiros (foto: Ana Clark/Divulgação )
Ronaldo Tavares, do Haras Três Corações, montado em Fator da Cavaru: parcerias com estrangeiros (foto: Ana Clark/Divulgação )
A Associação Brasileira de Criadores de Cavalo Mangalarga Marchador aguarda autorização para exportar o embrião congelado de equinos para os Estados Unidos e para a União Europeia. A expectativa é de que até setembro seja feita a liberação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), o que pode significar novos rumos para a criação do cavalo no país. Devido às restrições sanitárias para exportação dos animais vivos, a medida pode ser uma saída para aumentar a presença do mangalarga marchador no exterior. O assunto será um dos temas que vão fazer parte dos debates dos criadores durante a 33ª Exposição Nacional do Mangalarga Marchador, a ser realizada no Parque da Gameleira, em Belo Horizonte, de quarta-feira a 2 de agosto.

No caso da exportação de animais vivos, a restrição sanitária está relacionada ao contágio por mormo e carrapato. Mas, mesmo se vencida tal barreira, os exportadores teriam pela frente outro empecilho: a condição de portos e aeroportos. Segundo o presidente da Associação Brasileira de Criadores de Cavalo Mangalarga Marchador (ABCCMM), Magdi Abdel Raouf Shaat, hoje, só Guarulhos tem condição de exportar carga viva. Logo, a comercialização de sêmen e embrião se torna o passo mais fácil para uma aproximação com outros países. Inicialmente, a expectativa da associação é que aproximadamente uma dúzia de criadores participem do programa de exportações. Por ano, o mercado deve movimentar US$ 500 mil.

PLANEJAMENTO
O proprietário do Haras Três Corações, Ronaldo Tavares, é um dos criadores que já tem planos para a exportação de material genético de mangalarga marchador. Ele tem duas parcerias fechadas com norte-americanos. A primeira, prevê a exportação do embrião congelado, que, colocado em um recipiente com nitrogênio, é preservado. Nos Estados Unidos, ele é implantado em uma égua geradora. Os filhotes serão registrados com o sufixo do haras mineiro. Metade pertencerá ao criador de lá e a outra metade a Ronaldo Tavares. A previsão é que a coleta seja feita até dezembro e que no primeiro semestre do ano que vem seja enviada a primeira remessa. “O criador já morou no Brasil. Era executivo de uma empresa na década de 1990. Hoje, é presidente da Associação do Mangalarga Marchador dos Estados Unidos”, conta Tavares.

Ele acredita que a paixão dos Estados Unidos e de países europeus por cavalos é um incentivador para que o mercado abra caminhos, principalmente com a publicidade que será feita com os primeiros animais. Os cavalos que antes eram exportados não tinham qualidade de reprodução de alto nível, diferentemente dos animais que seguem agora para fora do país. “Eram animais não tão bons, que não refletiam a qualidade do cavalo de hoje”, afirma o criador.

A segunda parceria do Haras Três Corações será firmada com um casal norte-americano que comprou 50% dos direitos da potra Cachaça. Com isso, os embriões serão divididos entre os dois proprietários. “[O casal] pode congelar uma parte e levá-la para os Estados Unidos”, afirma.

O projeto de exportar animais vivos, no entanto, não é descartado para o futuro – atualmente, são enviados algumas unidades depois de longa negociação –, pelo potencial do comércio exterior e a possibilidade de manutenção da raça pura brasileira no exterior. Para isso, Magdi Shaat lista três fatores que são essenciais para criar um panorama favorável às exportações: 1) tomar atitudes para derrubar as barreiras sanitárias; 2) negociar a abertura do mercado, com a certificação de laboratórios; e 3) a melhoria da infraestrutura. “Se pudesse exportar animal vivo, sem restrição sanitária e com boa condição de portos e aeroportos, o setor se desenvolveria muito mais rápido”, afirma o presidente da ABCCMM.


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