O diretor Financeiro e de Relações com Investidores da Cemig, Luiz Fernando Rolla, acredita que não há neste momento a necessidade de geradoras serem socorridas pelo governo federal, assim como tem ocorrido com as distribuidoras de energia. A possibilidade tem sido defendida por representantes de geradoras que se encontram diante da necessidade de contratar energia no mercado para honrar compromissos.
Na visão do diretor da Cemig, as condições de garantia física enfrentadas pelo setor são um risco inerente ao negócio. Executivos do setor, porém, defendem uma redução da GSF, termo utilizado para dimensionar a garantia física a ser cumprida pelas geradoras. Uma redução da GSF daria às geradoras maior flexibilidade para compra e venda de energia, o que diante do atual cenário de operação das usinas e de preços da energia no mercado reduziria a necessidade de compra no mercado de energia a preços elevados.
Distribuidoras
Na avaliação do executivo, não é possível afirmar de forma conclusiva se o novo aporte de R$ 6,5 bilhões a ser destinado às distribuidoras de energia será suficiente para suprir todas as necessidades dessas empresas até dezembro. "Dependerá de como ficará o PLD até o fim do ano", afirmou o executivo, que participou nesta quarta-feira do 16º Encontro Nacional de Relações com Investidores e Mercado de Capitais, em São Paulo. O PLD é o preço de liquidação das diferenças, valor utilizado como referência para a definição do preço da energia no curto prazo.
Os detalhes do novo aporte de R$ 6,5 bilhões, confirmado ontem pelo diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Romeu Rufino, ainda não estão definidos. Por isso, ainda não está confirmado que os recursos serão destinados às distribuidoras até 31 de julho, quando essas empresas precisarão honrar contratos referentes ao mês de maio. Caso o repasse não seja feito até essa data, é possível que o governo postergue novamente o prazo do pagamento, que estava previsto para o início de julho.