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Estado de Minas

Crédito imobiliário recuou 19% em junho, diz a Abecip

A queda em junho, e que influenciou o desempenho do crédito imobiliário no semestre, foi reflexo da menor quantidade de dias úteis por conta da Copa


postado em 24/07/2014 15:16 / atualizado em 24/07/2014 16:09

O volume de empréstimos para aquisição e construção de imóveis recuou 19% em junho último, para R$ 9 bilhões, ante um ano, a segunda retração seguida em 2014, segundo a Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip). Antes de maio último, a última vez que o setor havia registrado declínio mensal, conforme a entidade, foi em setembro de 2012 também no comparativo anual, quando a retração foi de 6%.

A queda em junho, e que influenciou o desempenho do crédito imobiliário no semestre, foi reflexo da menor quantidade de dias úteis por conta da Copa do Mundo no Brasil, segundo a Abecip. No primeiro semestre, o volume de empréstimos para aquisição e construção de imóveis alcançou R$ 53,1 bilhões, cifra 7% maior que o registrado no mesmo intervalo de 2013, segundo a Abecip.

O crescimento está abaixo da projeção da Abecip, que espera um avanço de 5% do crédito imobiliário em 2014, para um total de R$ 125,6 bilhões. Apesar disso, as expectativas da instituição, segundo Lazari Junior, estão mantidas. É esperada para a segunda metade do ano, segundo ele, uma recuperação do setor, principalmente da venda de imóveis usados, que responde por 60% do segmento.


"O Brasil parou em junho com a Copa. Visitas não eram agendadas e isso impactou a venda de imóveis usados que deve retomar e trazer volume novamente. Por isso, acreditamos que vamos fazer os 15% neste ano", afirmou Lazari Junior, em coletiva de imprensa, nesta manhã.

O mês de julho, de acordo com o presidente da Abecip, não deve servir de balizador para o desempenho do crédito imobiliário no segundo semestre uma vez que a Copa comprometeu parte do mês e o agendamento das visitas e a realização das mesmas levam um tempo. Além disso, há ainda as férias escolares que também pesam na conta, conforme ele. Ainda assim, em julho do ano passado, o crédito imobiliário somou R$ 10 bilhões. "Esperamos a retomada das vendas mais para agosto, setembro", explicou ele.

Apesar do cenário macroeconômico não estar favorável, com crescimento baixo do Produto Interno Bruto (PIB), inflação elevada e preocupação com uma possível deterioração do desemprego, o crédito imobiliário deve crescer os 15% estimados pela Abecip, conforme Lazari Junior, que já é um crescimento mais tímido, porém, mais sadio. "Temos bastante crença de que o segundo semestre será melhor. A recuperação deve acontecer já no terceiro trimestre, que será um sinalizador bom. O crescimento de 15% é factível, sadio e saudável para o mercado brasileiro", avaliou ele.

Financiamentos

De janeiro a junho, foram financiados 256,1 mil imóveis, volume 4,6% superior ao mesmo período de 2013, de acordo com a Abecip. Em junho, foram 42,4 mil unidades, recuo de 8% ante maio e de 20% em um ano. Para este ano, A Associação espera um número similar de imóveis financiados do obtido em 2013, quando foram registrados 530 mil, crescimento de 17% ante o exercício anterior.

Sobre a inadimplência, Lazari Junior disse que há total controle no segmento. Ao final de junho, o índice de calotes, considerando atrasos acima de 90 dias, ficou em 1,8%, 0,1 ponto porcentual acima do visto ao final de 2013, conforme dados da Abecip. Além disso, o montante do financiamento face ao valor de avaliação do imóvel (LTV, na sigla em inglês) é baixo no Brasil. Ao final de junho, estava em 65% ante 61% em 2010.

"O brasileiro é muito consciente para comprar imóvel e dá bastante entrada. Isso explica por que a inadimplência no Brasil é tão pequena. Ao dar 30%, 40% de entrada na compra de um imóvel a chance de deixar de pagá-lo é muito pequena", destacou o presidente da Abecip.


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