A Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) formalizou, nesta terça-feira, no Palácio Tiradentes, em Belo Horizonte, a compra da participação da Petrobras no capital da Companhia de Gás de Minas Gerais (Gasmig). Com a aquisição dos 40% da participação acionária que a Petrobras detinha, a Cemig passará a controlar 99,57% do capital da Gasmig. A Prefeitura de Belo Horizonte detém 0,43%.
A solenidade marcou uma etapa importante para viabilizar a implantação do gasoduto, que vai atender a planta de amônia que a Petrobras está construindo em Uberaba, no Triângulo Mineiro. Na oportunidade, o governador de Minas Gerais, Alberto Pinto Coelho, enfatizou o valor histórico da parceria entre Petrobras e Cemig e chamou a atenção para a relevância da assinatura do contrato firmado.
Além de viabilizar a fábrica de amônia, esta é uma etapa que terá impacto direto na realidade dos municípios mineiros, destacou o governador. “Vamos, por meio do gasoduto, trabalhar o desenvolvimento de todas as cidades que se encontram no percurso, com derivações do fornecimento de gás, da industrialização. O gás é um atrativo fundamental na decisão dos empresários para seus empreendimentos, pelo custo e como alternativa energética”, apontou.
Sobre a fábrica
Há mais de uma década, o Governo de Minas vem fazendo gestões no sentido de implantar uma fábrica de amônia, em Uberaba. O empreendimento é importante para o Estado se consolidar como polo fornecedor de insumos e fertilizantes agrícolas. Entretanto, para viabilizar a fábrica, há necessidade de a região ter disponibilidade de gás natural.
Há seis anos, Cemig e Petrobras iniciaram negociações no sentido de suprir o município de Uberaba de gás natural. A primeira opção seria a construção de um gasoduto de transporte a partir de São Paulo até Uberaba. Após muitas negociações, essa opção não pode ser consolidada, tendo em vista entraves legais para a implantação do sistema, com a necessidade de aprovações de órgãos federais, entre eles, a Agência Nacional de Petróleo (ANP) e o Ibama e do Governo de São Paulo.
Há aproximadamente um ano, criou-se a alternativa de construção de um gasoduto de distribuição dentro da área do Estado de Minas Gerais. O novo projeto prevê a implantação desse sistema pela Gasmig a partir de Queluzito, na região central de Minas, até Uberaba, no Triângulo Mineiro, com a perspectiva de expansão até Uberlândia. O gasoduto de distribuição da Gasmig está projetado para abranger 56 municípios mineiros, possibilitando que o gás natural chegue a importantes polos econômicos no seu trajeto. O sistema de distribuição de gás está orçado em cerca de R$ 2 bilhões.