O governo central terá que fazer um superávit de R$ 21,763 bilhões em julho e agosto para conseguir atingir a meta do segundo quadrimestre, que é de saldo positivo de R$ 39 bilhões. O esforço terá que ser maior que todo o acumulado de janeiro a junho, quando o governo central obteve um superávit de apenas R$ 17,237 bilhões. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira, 30, pelo Tesouro Nacional. A meta para todo o ano é de um superávit de R$ 80,774 bilhões para o governo central. Com a arrecadação subindo menos que o previsto, o governo terá que contar com receitas extraordinárias do Refis para atingir a meta no segundo quadrimestre.
O mercado já coloca em dúvida a capacidade do governo de entregar a meta prometida para este ano. Incluindo Estados e municípios, a meta do setor público consolidado em 2014 é de R$ 99 bilhões, ou 1,9% do PIB.
Receita com dividendos
As contas do governo receberam em junho um reforço extra de R$ 1,479 bilhão de dividendos. Desse total, R$ 931,5 milhões foram pagos pelo BNDES, R$ 466,7 milhões pelo Banco do Brasil e outros R$ 81,2 milhões por outros. No ano, os dividendos recebidos somam R$ 10,490 bilhões, volume 36,3% maior do que os R$ 7,695 bilhões obtidos no mesmo período do ano passado. As concessões garantiram no mês de junho receitas de R$ 14,4 milhões. No ano, as concessões somam R$ 1,244 bilhão.
Despesa com CDE
As despesas do Tesouro Nacional com a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) somaram R$ 800 milhões em junho, segundo os dados divulgados hoje. No primeiro semestre de 2014, o gasto chegou a R$ 4,101 bilhões.
Para o Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), o Tesouro transferiu R$ 3,664 bilhões em junho. O valor é 78,1% maior que os R$ 2,057 bilhões pagos em maio de 2014. De janeiro a junho deste ano, o Tesouro passou R$ 18,998 bilhões para o FAT, valor que é 9,6% superior aos R$ 17,333 bilhões do mesmo período do ano passado.
Investimentos
Os investimentos totais do governo federal registraram uma alta de 21,7% de janeiro a junho deste ano, informou o Tesouro Nacional. No período, os investimentos somaram R$ 40,4 bilhões. Os investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que podem ser abatidos da meta fiscal, alcançaram até junho R$ 28,8 bilhões, com alta de 26,9%.