O recuo de 0,6% na confiança do setor de serviços em julho ante junho resultou da combinação de deterioração nas percepções sobre o momento atual e melhora nas expectativas. Para a Fundação Getulio Vargas (FGV), que apura o índice, este padrão "confirma o efeito negativo da paralisação parcial das atividades durante a Copa". Além disso, a influência pontual do evento justifica a melhora nas previsões futuras. "Nesse contexto, é razoável supor uma suavização da tendência declinante do ICS ao longo dos próximos meses", diz a instituição.
A deterioração da confiança sobre o momento atual ocorreu em todos os 12 segmentos de serviços pesquisados em julho. O quesito que mais pressionou o indicador agregado, de acordo com a FGV, foi o volume de demanda atual, que recuou 8,6% em julho ante junho. A proporção de empresas que avaliam a demanda atual como forte caiu de 13,3% para 12,7% entre junho e julho, enquanto a parcela de empresas que a consideram fraca saltou de 27,6% para 34,4% no período.
Já as expectativas melhoraram para nove dos 12 segmentos. O quesito que mais influenciou a alta foi o que mede as expectativas em relação à demanda nos três meses seguintes, que subiu 5,9% entre junho e julho. Neste período, a proporção de empresas que esperam aumento de demanda passou de 33,7% para 37,4%, enquanto a fatia das que aguardam diminuição caiu de 13,1% para 9,7%.
O indicador de tendência dos negócios nos seis meses seguintes apresentou melhora mais discreta, ao subir 2,8%. Segundo a FGV, a proporção de empresas que contam com melhora do ambiente de negócios no futuro próximo aumentou de 35,7% em junho para 37,4% em julho. Já a fatia das que esperam uma piora diminuiu de 11,2% para 9,4% no mesmo período.