Ipanema, Vale do Rio Doce – Está comprovado: o maior queijo Minas Padrão do Brasil pertence à cidade de Ipanema, no Vale do Rio Doce. Pela quarta vez consecutiva, a iguaria gigante quebrou o próprio recorde e superou as expectativas de autoridade e produtores, alcançando o peso de 1,770 tonelada, 70 quilos a mais do que previa a Cooperativa Agropecuária de Ipanema (Capil Vida), que produziu o queijo. A certificação foi dada ontem, pela empresa responsável por registrar recordes brasileiros, o RankBrasil, uma espécie de Guiness Book nacional.
O processo de medição do doce e do queijo durou mais de duas horas. Para retirar o Minas Padrão tamanho gigante do caminhão refrigerado foi preciso um guindaste e todo cuidado foi pouco. Para ter o peso exato dele, primeiro, um caminhão vazio foi pesado e, depois, o queijo foi colocado na carroceria do veículo, e, segundo Luciano, a diferença do peso antes e depois, com a presença da iguaria, foi a medida exata. O mesmo foi feito com o doce de leite. Com o resultado, a cidade, a fábrica e a cooperativa receberam o troféu da RankBrasil.
Depois da medição, as duas iguarias, cada qual sobre um veículo, desfilaram pela cidade e foram seguidas por uma multidão. Na praça central de Ipanema, milhares de pessoas aguardavam, ansiosas, pela chegada das delícias para a degustação.
Os dois recordistas foram cortados, colocados em saquinhos e distribuídos para a população e aos turistas, num processo que durou mais de três horas. “Vim de Mutum, no Vale do Rio Doce, só para a festa. Tenho dor nas costas, mas nem me importei, vim na garupa da moto do meu neto. É a primeira vez que experimento o maior queijo do Brasil e valeu a pena”, comentou Alzira Alves da Silva, de 64 anos.
Por causa da fila que se formou para a espera de um pedaço de queijo ou de doce, muitas pessoas chegaram ainda mais cedo que Alzira à praça central para garantir a degustação. E o caso do estudante Thiago Teixeira, de 18, que, natural de Ipanema, chegou às 13h e diz que todos os anos comparece á festa, reconhecendo que, desde que inventaram o evento, há cinco anos, a cidade já não é mais a mesma. “Estamos ficando famosos”, garantiu.
E pode ser verdade. Por isso, o município tem aproveitado a oportunidade e a repercussão da produção do maior queijo para maximizar o título. Como não existe no mundo outro lugar que fabrique o Minas Padrão, Ipanema, ao ganhar como o maior queijo do tipo do Brasil, usa o título de maior do mundo.
MERCADO
A economia de Ipanema é voltada para a pecuária leiteira e, nos últimos anos, com o desafio de criar, anualmente, um queijo gigante, que bata o recorde de o maior do país, a cidade vem conquistando espaço ainda maior no mercado. Segundo dados da Capil, principal cooperativa do município, em 2010, quando foi feito o primeiro queijo, ao peso de 800 quilos, o faturamento da Capil era de R$ 28 milhões anuais e, este ano, é possível que alcance os R$ 70 milhões. Existem cerca de 1,5 mil produtores de leite na cidade, que ganham, da cooperativa, de R$ 0,90 a R$1 por litro de leite captado. Somente a Capil recebe, por dia, 100 mil litros de leite.
REPERCUSSÃO
A matéria publicada ontem no Estado de Minas sobre o maior queijo Minas do Brasil deu o que falar em Ipanema. Na única banca de jornais da cidade, de propriedade de Miralda de Fátima Hungria, o jornal foi disputado e, segundo ela, em poucos segundos, se esgotou. “Os leitores quase saíram no tapa para conseguir o seu exemplar. Nunca tinha ocorrido isso. A nossa cidade tem ganhado cada vez mais importância, e isso é muito bom para todos nós”, comentou. (LE)