Com redução de 13% nas vendas no resultado acumulado em sete meses e sem perspectivas de melhora no curto prazo, fabricantes de caminhões e ônibus continuam a ampliar medidas de corte de produção. Nesta semana, três empresas, a Mercedes-Benz, a Man Latin America e a Iveco, dispensaram trabalhadores pelo sistema de lay-off (suspensão temporária de contratos) e banco de horas.
A Mercedes-Benz colocará em lay-off 158 funcionários da fábrica de Juiz de Fora a partir do dia 18, com retorno em janeiro. A unidade produz caminhões e emprega 750 pessoas. Na fábrica de São Bernardo do Campo (SP), 1,2 mil trabalhadores entraram em lay-off em 1º de julho. A unidade produz caminhões, ônibus, motores e câmbio e emprega cerca de 9,5 mil pessoas na produção.
Além do lay-off, a Mercedes mantém um Programa de Demissão Voluntária (PDV) em São Bernardo com meta de cortar 2 mil vagas, consideradas ociosas. Até agora, obteve 1,1 mil adesões, segundo o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.
A MAN, que também produz caminhões e ônibus da marca Volkswagen, colocou 100 trabalhadores em lay-off a partir de segunda-feira, 05, por período de cinco meses. A empresa, que junto com fornecedores de peças emprega 5,5 mil pessoas no complexo de Resende (RJ), já havia adotado o lay-off em março para 200 pessoas. Esses funcionários retornariam neste mês, mas, segundo a MAN, aceitaram oferta de indenização especial de R$ 4 mil a R$ 5 mil e deixaram a montadora.
Com fábrica em Sete Lagoas, a Iveco vai deixar em casa 1,5 mil trabalhadores e parar a produção de caminhões pesados entre os dias 4 e 20 deste mês, e a de veículos leves entre 4 e 15. É a terceira medida desse tipo desde abril, quando deu férias coletivas para 500 trabalhadores. Em junho, foram mais dez dias de parada técnica para 800 pessoas, mesmo expediente adotado desta vez.
"A medida tem por objetivo equacionar o número de pessoas disponíveis e a produção necessária para o período", informa a Iveco, que emprega 3,7 mil pessoas. Setores como expedição e CKD não vão parar.
Vendas
As vendas de caminhões e ônibus somaram 95,2 mil unidades de janeiro a julho, 13% menos que as 109,5 mil unidades de igual período de 2013.
No lay-off, o funcionário pode ficar afastado por até cinco meses. Nesse período, parte do salário (R$ 1,3 mil) é bancada pelo Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) e o trabalhador precisa frequentar um curso de qualificação profissional.
Também estão com trabalhadores em lay-off a Volkswagen (750 na fábrica de São Bernardo do Campo e 400 na de São José dos Pinhais, no Paraná) e a Ford (108 pessoas na unidade de motores em Taubaté, São Paulo). A PSA Peugeot Citroën, que tinha 650 trabalhadores afastados no Rio, abriu um PDV e obteve adesão da maioria dessas pessoas.
A General Motors negocia na próxima sexta-feira, 08, com o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos um lay-off para cerca de mil trabalhadores.