Os trabalhadores da Copasa anunciaram nesta quinta-feira que vão paralisar as atividades em todo o Estado na próxima terça-feira. As representações sindicais da categoria – Sindágua, Senge e Saemg – e a empresa não avançaram nas negociações coletivas em reunião intermediada pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), que aconteceu na manhã desta quinta. De acordo com o diretor de comunicação do Sindágua, Rogério Matos, até 40% dos funcionários de alguns setores da Copasa vão cruzar os braços na próxima semana, mas a intenção não é prejudicar a população mineira. "Não vamos atrapalhar o abastecimento de água no Estado à população, nem a coleta e tratamento de esgotos", salienta.
A Copasa mantém a proposta pelo INPC de 5,82% nos salários e 10% nos tíquetes refeição e, segundo o Sindágua, se nega a discutir as demais reivindicações dos trabalhadores constantes em pauta aprovada em assembleia ainda em abril. Os trabalhadores da Copasa querem 3,85% de ganho real nos salários.
Dentre as principais reivindicações da categoria, estão acabar com a “política de porte”, que estabelece salários diferenciados dos trabalhadores de mesma função conforme a localidade de lotação; a incorporação nos salários dos índices de remuneração variável (GDI), que provoca arrocho das remunerações; revisão da tabela de salários no Plano de Cargos e Salários; e reajuste salarial com ganhos reais. "Os trabalhadores reclamam ainda que estão perdendo as condições de trabalho, com uma terceirização exacerbada de serviços da empresa, inclusive de atividades fins, além de um sucateamento da estrutura operacional da empresa", explica Rogério.
Quanto a “política de porte”, o diretor do Sindágua explica, por exemplo, que um servente da Copasa, que trabalha em Belo Horizonte, tem um salário superior ao que trabalha em Sabará, na Grande BH, o que inviabiliza uma possível troca de cidades solicitada pelos funcionários.
Esgotadas as possibilidades de entendimento entre as representações dos trabalhadores e da Copasa, ainda no MPT foram discutidas as áreas da empresa que irão paralisar as atividades. Procurada pelo em.com.br, a Copasa divulgou a seguinte nota: "Apesar de ter apresentado uma proposta que reajusta os salários e todos os benefícios atuais, pelo INPC, além de conceder reajuste de 10% no tíquete refeição, a Copasa recebeu ofício do Sindágua, no dia 06/08, comunicando a decisão de realizar greve a partir de 12 de agosto próximo. Hoje, 07/08, a Copasa compareceu em reunião no Ministério Público do Trabalho, onde ficou estabelecido a garantia da prestação de todos os serviços essenciais a população".