As vendas a prazo neste último Dia dos Pais tiveram o resultado mais fraco dos últimos cinco anos, apontam o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), com queda de 5,09% em relação a igual período do ano passado.
O cálculo apresentado nesta segunda-feira, foi baseado no volume de consultas realizadas ao banco de dados do SPC Brasil entre os dias 3 e 9 de agosto deste ano. Antes disso, foram registradas expansões de 3,78% (2013), 4,75% (2012), 6,86% (2011) e 10% (2010) - sempre considerando a comparação em relação ao Dia dos Pais do ano anterior.
O presidente da CNDL, Roque Pellizzaro Junior, avalia que a retração reflete o desaquecimento da economia, influenciado principalmente pela alta dos juros, pela inflação "no limite da meta" e pelo menor crescimento da renda do trabalhador. "Os brasileiros optaram pelas compras à vista e por itens de mais baixo valor, motivados, principalmente, pelo encarecimento dos juros, pela escassez de crédito e pela preocupação em comprometer menos o próprio orçamento com compras parceladas", analisa.
O Dia dos Pais é a quarta data comemorativa que mais movimenta o varejo em volume de vendas e faturamento, atrás do Natal, Dia das Mães e Dia dos Namorados, cita a CNDL. Os setores de vestuário, calçados, eletrônicos, bebidas e perfumaria são os mais influenciados pelo evento.
Belo Horizonte
Na capital mineira, as vendas do Dia dos Pais - cheque e crediário - apresentaram uma queda de 1,96% na comparação entre a semana de agosto deste ano - dia 3 a 10 - e a semana do ano passado - 4 a 11 de agosto -, de acordo com dados divulgados pela Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH).
Segundo a economista da CDL-BH, Ana Paula Bastos, a expectativa para o crescimento das vendas no crédito, débito e dinheiro durante a semana dos pais é baixa. "Acreditamos que o máximo de expansão de vendas em relação ao ano anterior será de 1,5%. O cerário econômico não é favorável. A pressão inflacionária faz com que a renda disponível para consumo seja bem menor, além de outros fatores como os juros em patamares maiores, que encarecem o crédito e prejudicam o comércio", ressalta.
Com Agência Estado