Os voos da companhia estatal Aerolíneas Argentinas foram cancelados ou sofreram atrasos nesta terça-feira em consequência de uma greve de pilotos por reivindicações salariais, anunciou a empresa. A paralisação surpreendente começou às 7H00 desta terça-feira e "afeta a totalidade dos voos", informa um comunicado da empresa, depois que na segunda-feira outro protesto sindical na empresa de rampas também provocou complicações.
A Associação de Pilotos de Linhas Aéreas (LAPA) e a União de Aviadores de Linhas Aéreas (UALA), que representa os pilotos da subsidiária Austral, organizam a greve para pedir a reabertura de negociações paritárias e modificações no imposto sobre ganhos (que afeta os salários).
O ministério do Trabalho determinou uma conciliação obrigatória quando já haviam sido cancelados os voos a Santiago do Chile e Assunção desta terça-feira. Voos para Caracas e Miami estavam atrasados, segundo informações oficiais.
A empresa considerou a greve "uma medida de força intempestiva, desproporcional", que rompe os acordos salariais assinados que venciam em 30 de setembro. Segundo a companhia, os pilotos desejam salários brutos mensais de 90.000 pesos (10.100 dólares).
A Aerolíneas Argentinas foi privatizada em 1990, mas retornou ao controle do Estado argentino em 2008, quando foi expropriada da espanhola Marsans, junto à filial doméstica Austral, com uma dívida de quase 890 milhões de dólares.