Mais cinco bancos entraram no consórcio que emprestará, após costuras feitas pelo Ministério da Fazenda para evitar um reajuste adicional neste ano, R$ 6,58 bilhões às distribuidoras de energia elétrica, na segunda operação de socorro às empresas do setor. A primeira parcela do empréstimo será creditada na próxima terça-feira, depois de quase dois meses de negociação entre governo, bancos e empresas.
O governo já considera que as distribuidoras podem não usar o valor total do empréstimo, já que o preço da energia no mercado de curto prazo está em trajetória de queda nas últimas semanas. O movimento de recuo nos preços ocorre porque as chuvas estão aumentando e pela queda no consumo, com o crescimento mais baixo da economia brasileira.
Em caso de "sobras" no empréstimo, os recursos poderão ser usados para começar a amortizar antecipadamente o financiamento ou mesmo ficar como uma reserva para o próximo ano, segundo apurou o Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado.
A proposta de formação de uma reserva tem sido defendida pelas empresas nas negociações com o governo. Com a entrada do Bank of America, JP Morgan, Credit Suisse, Banrisul e Banco de Brasília (BRB), subiu de oito para 13 o número de bancos que vão participar da segunda operação de socorro ao setor elétrico. Além do Banco Nacional de Desenvolvimento de Econômico e Social (BNDES), integram o consórcio outros sete bancos: Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Bradesco, Itaú, Santander, BTG Pactual e Citibank. A participação do BNDES no empréstimo será de R$ 2,7 bilhões, e não de R$ 3 bilhões, como previsto inicialmente.
Consórcio
A lista dos bancos integrantes do consórcio de socorro às distribuidoras já havia sido anunciada na semana passada pelo Ministério da Fazenda, que confirmou ontem que a negociação foi concluída na última terça-feira. Os dez bancos que entraram no primeiro empréstimo, de R$ 11,2 bilhões, concedido em abril, participam novamente do segundo financiamento. O secretário executivo do Ministério da Fazenda, Paulo Caffarelli, que coordenou as negociações com os bancos, informou que não estão previstas novas operações de crédito para o setor elétrico.
Nos dois empréstimos, que somam R$ 17,78 bilhões, informou Caffarelli, a participação dos bancos públicos federais - Caixa, Banco do Brasil e BNDES - alcança 52,58%. O novo empréstimo tem carência até outubro de 2015 e pagamentos entre novembro de 2015 a novembro de 2017. O custo foi fixado em CDI (Certificado de Depósito Interbancário) mais 2,35% ao ano -, mais caro do que o negociado na primeira operação, de CDI mais 1,9%.
As duas operações de financiamento foram organizadas pelo governo para evitar um reajuste maior das tarifas de energia elétrica ainda este ano, por conta do custo adicional com o acionamento das usinas termoelétricas, provocado pela falta de chuvas.