O governo argentino anunciou nesta sexta-feira que pagará com reservas do Banco Central 3,043 bilhões de dólares pelos vencimentos da dívida com organismos internacionais, entre eles o BID e o Banco Mundial, informou em sua página na internet. O governo adota a medida em meio a uma batalha contra os fundos especulativos que ganharam na justiça americana o direito de cobrar o pagamento de 1,33 bilhão de dólares pelos títulos em moratória não renegociados.
O juiz norte-americano que cuida do caso bloqueou o pagamento de 539 milhões de dólares enviado pela Argentina a credores que aceitaram renegociar a dívida, e o país foi declarado em moratória parcial por agências classificadoras de risco. Consultado, o chefe de Gabinete, Jorge Capitanich, afirmou em coletiva de imprensa que se trata da "previsão para os vencimentos deste ano" com organismos como o Banco Mundial e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), entre outros.
A Argentina argumenta que o bloqueio do pagamento imposto pelo juiz viola sua soberania e alega que não pode cumprir a sentença de 1,33 bilhão de dólares pois seria obrigada a dar o mesmo tratamento aos demais credores, de acordo com a cláusula Rufo, prevista nos contratos de reestruturação e que vence em janeiro de 2015. Caso cumprisse a decisão, a Argentina se veria obrigada a honrar compromissos de mais de 120 bilhões de dólares, quatro vezes o valor de suas reservas monetárias.