A desaceleração à metade da variação do Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S), de 0,16% para 0,08% entre a primeira e a segunda leituras de agosto já refletiu sobre o indicador de difusão, de acordo com a Fundação Getulio Vargas (FGV). O índice de difusão, que mede o quanto o aumento dos preços está disseminado, atingiu a marca de 55,59%, sendo a menor alta desde segunda pesquisa de agosto de 2013, quando ficou em 55,29%. "De uma forma ou de outra, há um movimento de acomodação da inflação, que parece claro", afirmou há pouco ao Broadcast o coordenador do IPC-S, Paulo Picchetti.
A despeito do arrefecimento do IPC-S na segunda quadrissemana (últimos 30 dias terminados na sexta-feira, 15), o economista e professor da FGV disse que prefere aguardar os próximos levantamentos para fazer uma eventual alteração na projeção do IPC-S fechado de agosto, que atualmente está em 0,30%. "Os sinais estão bem estranhos. A única coisa que é possível afirmar é que se houver mudança, certamente será para baixo. Temos de esperar para ver a trajetória dos preços", disse, referindo-se especialmente ao comportamento do grupo Alimentação, que registrou deflação de 0,05% na segunda quadrissemana, depois de uma taxa positiva de 0,02% na primeira quadrissemana.
De acordo com Picchetti, o grupo Vestuário, que cedeu 0,61% na segunda leitura, ante queda de 0,29% também ajudou a aliviar a inflação do período. "Mas é óbvio que o mais importante é o recuo de Alimentação", ponderou, acrescentando que os preços, especialmente dos in natura. Tanto no atacado como no varejo, os preços desses alimentos estão se sustentando em queda", explicou. No IPC-S, as hortaliças e legumes tiveram retração de 9,96% na segunda leitura de agosto, depois de recuo de 11,37% na primeira.