A desaceleração do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - 15 (IPCA-15) em agosto para alta de 0,14%, após subir 0,17% em julho, ainda não é consequência da política monetária implementada pelo Banco Central, mas sim do fim do choque de preços verificados em alguns dos grupos analisados, como alimentação, hotéis e passagens aéreas. A avaliação é do economista-chefe da Gradual Investimentos, André Perfeito, ao comentar o resultado divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Na avaliação de Perfeito, a desaceleração é fruto do recuo dos preços de passagem aérea e hotel, que tiveram forte alta durante a Copa do Mundo, e do gradual fim do choque de preços dos alimentos verificados no início do ano. "A desaceleração agora não é ainda por causa da política monetária. Ela só vai pegar mais forte em serviços e só vai começar a bater bem mais para frente", comentou o economista, que esperava IPCA-15 de agosto em 0,17%. Segundo ele, o resultado representa uma ótima notícia e reverte o cenário de estouro da meta que o mercado esperava há três meses.