Os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) de julho, divulgados nesta quinta-feira, pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), reforçam a análise de que o cenário atual no país é de uma atividade econômica com pouca força. A avaliação é do economista-chefe da Icatu Vanguarda, Rodrigo Alves de Melo, que, em entrevista ao Broadcast, serviço de informações em tempo real da Agência Estado, disse que o desemprego só não vem mostrando taxas um pouco mais elevadas porque a procura por trabalho vem diminuindo.
Segundo o MTE, o saldo líquido de empregos formais gerados em julho foi de 11.796 vagas. Ficou dentro do intervalo de expectativas do levantamento do AE Projeções, já que os analistas do mercado financeiro consultados aguardavam um resultado que ia de número negativo de 55.000 postos a um resultado positivo de 33.000 vagas em julho, sem ajuste sazonal, o que gerou mediana positiva de 6.051 postos.
Na Icatu Vanguarda, Alves de Melo havia previsto um saldo positivo um pouco maior, de 17 mil postos de trabalho. "Veio um pouco abaixo. Em termos ajustados pela sazonalidade, fica um número ligeiramente negativo", comentou. "Reforça o ponto de atividade fraca", opinou.
Para o economista, em "tempos normais" o cenário atual deveria gerar desemprego, mas a diminuição da busca por trabalho vem impedindo esse movimento. "Como a PEA (População Economicamente Ativa) tem encolhido, a elevação de desemprego não tem aparecido, pelo menos nos dados da PME (Pesquisa Mensal de Emprego)", destacou, referindo-se ao levantamento mensal divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).