O ex-presidente do Banco Central (BC) e um dos principais colaboradores econômicos do presidenciável tucano Aécio Neves, Armínio Fraga, disse em entrevista à revista Veja desta semana que o Brasil foi colocado em uma trajetória populista que levou a resultados que ele classificou como desastrosos, como a tendência ao baixo crescimento. Nas páginas amarelas da revista, Fraga disse que o crescimento não resolve os problemas do País, mas é um fator importante para melhorar o padrão de vida das pessoas.
Ele, no entanto, admitiu o sucesso do programa social Bolsa Família durante o governo do PT. "É claro que a pobreza extrema foi atingida na veia com o Bolsa Família, que é um grande programa", reconheceu.
O ex-presidente do BC afirmou que o Brasil tem potencial para crescer 4,5% ao ano de maneira sustentável, mas para isso precisa investir mais e inserir a economia no cenário mundial de concorrência para incentivar a inovação e produtividade. Fraga disse ser possível aumentar a taxa de investimento de 18% do Produto Interno Bruto (PIB) para 24% em um período de quatro anos. Essa é uma das promessas de campanha de Aécio na área econômica.
Na entrevista, o economista disse que, em caso de vitória de Aécio nas eleições de outubro, o governo tucano vai trabalhar para reduzir a inflação "nem tão rápido que o custo para a economia seja excessivo nem tão devagar que não pareça uma trajetória crível". "Isso aumentará a confiança e dará uma guinada positiva nas expectativas", afirmou. O ex-presidente do BC falou também em reduzir, gradualmente, as barreiras protecionistas da indústria brasileira.
Com Agência Estado