O leilão de energia A-5 previsto para setembro contará com a participação de projetos térmicos abastecidos por gás natural, nacional e importado, carvão e biomassa (cavaco de madeira e bagaço de cana), revelou nesta terça-feira, 26, o presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, que participou nesta manhã do seminário "Perspectivas para o Setor de Energia Elétrica", organizado pela BM&FBovespa e pela Apimec-SP.
Tolmasquim afirmou que a disponibilidade de matéria-prima já foi comprovada, o que indica que o entrave causado nos últimos leilões pela falta de gás natural foi superado. O gás natural que permitiu a habilitação de projetos térmicos viria de fontes de reserva na região Norte do País e do gás natural liquefeito (GNL) importado, segundo ele.
O objetivo da EPE é ampliar em 7.500 MW a oferta de energia a partir de térmicas até 2023, e, segundo Tolmasquim, a maior parte desse montante viria justamente de projetos abastecidos com gás natural. "Se precisar de algo, teremos o carvão e a biomassa, em menor quantidade. Não contrataremos mais térmicas a óleo", salientou.
Tolmasquim ressaltou hoje que o Brasil precisará se acostumar com um acionamento maior de térmicas, uma consequência natural da menor proporção do nível de reservatórios no País. Ainda assim, o Brasil continuará sendo um país com a matriz energética composta basicamente por fontes renováveis. "Despachar térmica é algo natural. As térmicas cada vez mais serão despachadas. Temos de nos acostumar a isso", completou.