O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou nesta quinta-feira, a aprovação de empréstimo-ponte de R$ 1,106 bilhão para a concessionária do Aeroporto do Galeão, no Rio. É a primeiro empréstimo do banco de fomento para os aeroportos internacionais do Rio e de Belo Horizonte, privatizados em leilões em novembro do ano passado.
A previsão inicial do BNDES era aprovar os dois empréstimos-pontes para esses terminais neste segundo semestre. Nesta quinta, o banco de fomento não informou um prazo para a aprovação da operação com o aeroporto de Confins, operado pela CCR. O Galeão é operado pela Odebrecht Transport e pelo Changi Airport Group, administrador do aeroporto de Cingapura. As duas concessionárias assumiram a gestão dos terminais do Rio e de Belo Horizonte no último dia 12. Procurada, a concessionária do Galeão não quis comentar a aprovação do empréstimo junto ao BNDES.
O empréstimo-ponte é um crédito de curto prazo, concedido para arcar com investimentos enquanto a instituição financeira analisa o financiamento de longo prazo. Segundo Cláudia Cristina Campos, gerente do Departamento de Logística (Delog) do BNDES responsável pela operação, a análise será feita em até 18 meses, prazo do empréstimo-ponte. "O valor final do financiamento será fechado durante a análise", disse Cláudia.
O projeto que chegou ao BNDES prevê R$ 2,7 bilhões de investimentos em cinco anos. Se financiar 70% dos aportes, nível próximo do adotado no caso do Aeroporto de Guarulhos, o financiamento total ficaria em torno de R$ 1,9 bilhão - o empréstimo-ponte está incluído nesse valor.
Nesse caso, o crédito de curto prazo já oferecido à concessionária do Galeão será relativamente maior, na comparação com o financiamento total, do que em outras operações do tipo no BNDES. Isso se explica, segundo Cláudia, porque os investimentos já estão ocorrendo. "Os investimentos nas ações imediatas estão quase concluídos e já estão começando os aportes da fase seguinte. O volume de investimentos é grande nos próximos meses", afirmou a executiva do BNDES.
A estrutura financeira deverá incluir ainda o lançamento de debêntures de infraestrutura, títulos de dívida corporativa com isenção de impostos para quem investe neles, desde que a operação seja aprovada pelo governo.
Segundo o banco de fomento, até 2016, o Galeão terá expandido as instalações de embarque e desembarque de passageiros e as vagas no estacionamento de carros em quase 100% e as posições de estacionamento de aeronaves em 130%. "Pelo que vimos do projeto, os investimentos têm a perspectiva de melhorar muito a qualidade da infraestrutura e do atendimento aos clientes", completou Cláudia.