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Estado de Minas

Sem euforia, bolsa tem queda de 0,1%

Desvalorização das ações da Petrobras e do Banco do Brasil marcou estabilidade da Bovespa após dias seguidos de alta


postado em 04/09/2014 00:12 / atualizado em 04/09/2014 07:29

Brasília – Ainda flertando com os desdobramentos do cenário político a um mês das eleições, o mercado financeiro conteve ontem um pouco da euforia, levando a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) a fechar perto da estabilidade, com queda de 0,1%. O resultado mais moderado, apesar do alto volume negociado — 61.895 pontos —, veio no dia seguinte à nova máxima do ano, puxada pela maior possibilidade de segundo turno, conforme pesquisas de intenção de voto.

A desvalorização de ações da Petrobras e do Banco do Brasil, com queda de mais de 3%, marcou a “correção” na Bolsa após vários dias seguidos de alta. Analistas disseram que a sessão de ontem serviu principalmente para os investidores venderem os papéis dessas empresas e embolsarem lucros recentes. Desde o início da corrida presidencial, todos os movimentos no mercado até aqui têm sido no sentido de deixar clara uma expectativa de interrupção da atual política econômica do país.

O Ibovespa, principal indicador da Bolsa, chegou a cair mais de 1% durante o dia, antes de reduzir as perdas sob influência da divulgação do Livro Bege, um resumo da economia norte-americana nas últimas semanas. O crescimento “modesto a moderado” dos Estados Unidos, segundo indica o documento, mantém os estímulos do Federal Reserve, o banco central americano, e continua favorecendo os mercados emergentes.

O comportamento dos investidores está dentro do esperado, na opinião do economista-chefe da Canepa Asset, Alexandre Póvoa. “Se a perspectiva de mudança de governo for se confirmando, o mercado tende a continuar apresentando uma melhora. Caso as pesquisas passem a indicar um eventual segundo turno mais disputado, a Bolsa pode recuar”, comentou ele, reforçando o peso das eleições na recente valorização média das ações.

EVOLUÇÃO No entender do economista René Garcia, da Fundação Getulio Vargas (FGV), a evolução do quadro político nas últimas semanas pode ajudar o mercado a amenizar incertezas, o que colabora para reforçar a tendência de “torcida” por mudanças no modelo econômico atual. “Os emergentes continuam sendo a bola da vez. A queda de ontem foi natural. Após tantas altas, era esperado que em algum momento ocorresse uma situação reversa”, disse.

Entre as altas do dia, destacaram-se ontem a da Gol, após a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) divulgar que em julho a demanda no transporte aéreo de passageiros cresceu 0,6% em relação ao mesmo mês do ano passado: são 10 meses consecutivos de avanço do indicador. A Ambev também registrou valorização dos papéis, com o mercado reagindo à informação de que o aumento da tributação das bebidas frias devem ficar para depois das eleições.

CÂMBIO Os bancos brasileiros tiveram, em agosto, a maior posição vendida no mercado à vista desde 1994, início da série histórica do Banco Central. O volume atingiu no mês passado a marca de US$ 18,8 bilhões. No jargão financeiro, estar “comprado” significa que a expectativa dos agentes é de que a cotação do dólar pode subir. Isso porque, ao ter a moeda em caixa, é possível lucrar com uma eventual alta das cotações. Já estar “vendido” representa previsão de queda da cotação da moeda. Há 13 meses consecutivos, essa é a posição que os bancos decidiram adotar e, recentemente, o volume ficou muito próximo desse recorde por duas vezes: US$ 18,6 bilhões em fevereiro e US$ 18,1 bilhões em dezembro do ano passado.


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