Já se foi o tempo em que os escritórios compartilhados eram ligados apenas ao setor de tecnologia e dominados por ambiente e decoração descolados. Apesar de o conceito de divisão do espaço e dos recursos ter surgido e se proliferado graças às startups de tecnologia norte-americanas, o modelo de utilização compartilhada do ambiente empresarial caiu nas graças de outros setores e virou alternativa de negócio. A administradora Bruna Lofego descobriu o potencial do chamado coworking em 2010, e resolveu investir no que, até então, era uma grande novidade para o mercado mineiro.
“Foi até difícil fazer uma pesquisa detalhada para o plano de negócios porque era algo muito novo. Estudei então como funcionava lá fora e concluí que o modelo clássico, que tem um ar alternativo, despojado e informal, não funcionaria em Minas Gerais”, lembra. Considerando a característica conservadora do empresariado local que ela queria atingir com seu espaço, Bruna decidiu montar um ambiente genuinamente corporativo. Nasceu então a CWK Coworking.
“E deu muito certo”, garante. Além dos cuidados para que a estrutura física se assemelhasse aos escritórios das grandes empresas, a administradora reconhece que a oferta de serviços foi essencial para garantir o sucesso da operação. “Disponibilizamos telefone virtual, fazemos gerenciamento de correspondências, há motoboy a qualquer hora, internet de alta velocidade e escritório virtual”, detalha. Das 36 estações de trabalho, Bruna logo expandiu para 66. “Os clientes são de todo tipo. Não apenas os autônomos, mas também empresas de outros estados que querem montar uma filial aqui e começam dentro da CWK. Fazem daqui a sede da empresa em Minas”, explica.
Além da área de mesas e cadeiras compartilhada por todos os usuários, a CWK Coworking ainda oferece espaços privados. “O profissional pode ficar em um ambiente comum ou alugar uma sala de vidro só para ele”, afirma. O escritório na Savassi, coração da capital mineira, ainda conta com duas salas de reuniões. “Financeiramente, é muito vantajoso para o profissional. Se ele tivesse que alugar uma sala na mesma região teria um custo fixo mensal de cerca de R$ 2,5 mil, considerando, além do aluguel, condomínio, IPTU, energia, internet, telefonia, secretária e todos os outros gastos. Aqui, ele paga uma mensalidade de R$ 720 para ter sua estação de trabalho, além de poder começar no mesmo dia, se quiser”, conta.
A ideia deu tão certo que acabou virando franquia e hoje já conta com duas unidades em BH e uma em São Paulo. “A intenção é criar uma rede na qual a pessoa possa usar a estrutura em várias cidades do país”, conta Bruna. O investimento para ingressar no negócio é de R$ 165,8 mil, já considerada a taxa de franquia, reforma, projeto arquitetônico e até capital de giro. O retorno do aporte ocorre em menos de dois anos.
GRANDE POTENCIAL O especialista em franquias Lucien Newton reconhece que o mercado de escritórios compartilhados é uma tendência já amadurecida no exterior e que começa a ganhar força por aqui. “Está em ampla expansão no Brasil, com crescimento de até 50% ao ano. Hoje, existem aproximadamente 2,5 mil espaços como esses em seis continentes e 88% deles esperam maiores receitas, segundo a Global Coworking Survey”, afirma Lucien.
Dois dos motivos que justificam a procura por essa alternativa de trabalho são o fato de as grandes cidades terem cada vez menos área disponível e os custos terem se elevado muito nos últimos anos, especialmente com aluguel. O crescimento do empreendedorismo é outra tendência que ajuda a reforçar o bom momento para o negócio. Não é por acaso que 53% de todos os grandes espaços de coworking – com 30 membros ou mais – consideram a abertura de pelo menos uma filial. Já os menores planejam investir em melhorias ou mudar para um local maior.As rentáveis
estações de trabalho
Mercado de coworking, que compartilha espaços de trabalho, é um filão e tanto. Além de mesas e cadeiras, são oferecidos internet, motoboy e outros serviços essenciais
REQUISITOS BÁSICOS
» Ter uma boa localização, acessível e que conta
com estacionamento no entorno está entre os principais pontos a serem avaliados na hora que investir neste mercado. “É fundamental ter bancos, Correios, restaurante e uma estrutura próxima”,
alerta Bruna Lofego.
» Considere ainda a facilidade de transporte público, comércio e serviços.
» Tecnologia de ponta e internet de alta velocidade são outros quesitos indispensáveis.
» Infraestrutura de rede, cabeamento, ponto de energia, ar-condicionado e iluminação boa são essenciais.
Serviço
CWK Coworking – www.cwk.com.br
(31) 2519-8600/ 3338-8888