No último ano, o consumo continuou firme em seis quilos de iogurte/ano por brasileiro. Localizada em Sete Lagoas, na Região Central do estado, a Trevo Alimentos fabrica iogurtes, petit suisse, bebidas lácteas e produtos como manteigas e requeijão. Inaugurada em 2002, a empresa está entre os maiores produtores do estado, que conta com mais de 20 indústrias no setor de lácteos.
A partir do segundo trimestre do ano que vem, a Trevo Alimentos lança no mercado linhas de sobremesas e também um café com leite que será vendido em embalagem UHT, assim como ocorre com os achocolatados e bebidas com adição de frutas. “Teremos mais automação com ganho de produtividade”, revela Marcelino Cristino de Rezende, sócio-proprietário da marca. Com quatro linhas no mercado: Trevinho, Apreciare, Pulsi e Rural, a indústria emprega hoje 220 funcionários. Em 2002, eram 40 empregados. “O processo de automação substitui o trabalho humano, mas não planejamos demissões”, informou.
Demanda
O potencial do mercado de lácteos é animador para a indústria. Se observada a demanda de países vizinhos como a Argentina, onde cada habitante consome em média 13 quilos de iogurte por ano, o Brasil tem espaço para ampliar sua produção, o que anima os grandes operadores mundiais. Em mercados europeus como França e Holanda, o consumo de iogurtes ultrapassa os 30 quilos/ano por habitante. Nos próximos anos, devem ser lançados no mercado nacional produtos que mostram bons resultados na Europa e Estados Unidos, como os nutracêuticos, que oferecem benefícios à saúde, como a redução de colesterol e pressão arterial.
Além de se beneficiar com o crescimento da classe C, seu principal público consumidor, a Trevo Alimentos também está lucrando com o crescimento dos fabricantes voltados para as classes A e B. Para evitar a ociosidade das máquinas, o laticínio terceiriza seu parque. Este ano, a projeção de crescimento da empresa é de 14%, sendo que 9% desse percentual vem da terceirização. Fabricando por dia cerca de 120 mil quilos de iogurte, além de 50 mil quilos/dia no processo de terceirização, a empresa projeta para 2014 faturamento na ordem de R$ 96 milhões. “Utilizamos cerca de 100 mil litros de leite/dia. Temos cerca de 180 fornecedores na região de Sete Lagoas”, informa Rezende.
De olho nos novos produtos, a indústria mineira foi a primeira a lançar no mercado o famoso iogurte grego, espécie de febre nos grandes supermercados e no pequeno varejo. Este ano, a inflação pesou para o brasileiro e o custo do iogurte nos últimos 12 meses cresceu cerca de 1,5 ponto percentual acima da inflação. Segundo Marcelino Rezende o custo da produção esse ano avançou perto de 11%, puxado especialmente pelas embalagens. “Com o encarecimento da energia elétrica, as embalagens em alumínio tiveram forte reajuste.”