Diante denúncia do Ministério Público Federal (MPF) contra Eike Batista, publicada na sexta-feira, a defesa do empresário ainda não traçou uma estratégia de contestação. O proprietário do antigo grupo EBX, por crimes contra o mercado de capitais é acusado de manipulação do mercado e uso indevido de informação privilegiada. Se for condenado pelos crimes, Eike pode cumprir até 13 anos de prisão. Os procuradores pediram ainda o bloqueio dos bens do empresário, para futura indenização de prejuízos causados, calculados em R$ 1,5 bilhão. “A quantia equivale ao prejuízo suportado pelo mercado de ações em consequência da conduta criminosa protagonizada pelo denunciado”, explicam os procuradores da República Rodrigo Ramos Poerson e Orlando Monteiro da Cunha, autores da denúncia, em nota divulgada ontem pelo MPF.
JUSTIFICATIVA Segundo o advogado Sérgio Bermudes, que representa Eike Batista, as acusações não têm fundamento. De acordo com ele, Eike estava embasado em informações técnicas que certificavam a existência das reservas de petróleo. O advogado destacou ainda que os investidores que compraram ações da OGX eram qualificados e receberam informações da companhia sobre os riscos envolvidos na operação. A denúncia do MPF ainda tem que ser aceita pela Justiça. A defesa criminal de Eike Batista deverá ser conduzida pelo advogado Ary Bergher. Eike não foi encontrado por estar em em viagem de negócios aos Estados Unidos, à Inglaterra e Coreia do Sul, segundo os advogados.