O diretor de Pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Roberto Olinto, classificou de um "infeliz acidente, estritamente técnico" o erro na divulgação de dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) de 2013. O técnico negou que tenha havido qualquer influência política e descartou ainda um impacto da greve dos servidores do IBGE na pesquisa.
"Seria surrealista você divulgar um dado para depois corrigi-lo sob pressão", disse. Segundo ele, o IBGE está abalado com o erro na pesquisa, que utilizou equivocadamente a projeção referente a todas as áreas metropolitanas de um Estado, em vez da projeção da população da região metropolitana na qual está inserida a capital. O diretor informou ainda que o erro será investigado.
Após receber ligações de diversas consultorias, o IBGE corrigiu informações da Pnad 2013. Segundo a gerente da pesquisa, Maria Lucia Vieira, o aumento do rendimento do trabalho entre 2012 e 2013 foi revisado para 3,8%. Antes, o instituto havia apurado aumento de 5,7%. Também foram revisados os aumentos do rendimento domiciliar, de 4,0% para 2,3%, e do rendimento de todas as fontes, de 5,1% para 3,4%.
Segundo o coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, Cimar Azeredo, os erros na Pnad foram constatados após órgãos de governo e consultorias privadas terem entrado em contato com o Instituto, na tarde da quinta-feira, 18. Os dados começaram a ser revisados nesta sexta-feira, 19, pela manhã. Procuraram o IBGE acusando os erros a MCM Consultores, o Instituto Pereira Passos, Ministério do Desenvolvimento Social (MDS) e o Ipea.