A economia terá um crescimento médio entre 1,5% e 1,7% na média nos quatro anos do governo Dilma Rousseff (PT), dependendo do desempenho deste ano, afirmou o economista Samuel Pessôa, professor da Fundação Getulio Vargas (FGV) que é um dos assessores da campanha de Aécio Neves (PSDB) à Presidência da República. Segundo ele, a média nos oito anos do mandato de Lula havia sido de 4%.
Na comparação, a desaceleração de quase 2,5 pontos porcentuais seria mais intensa do que o observado na América Latina e no Mundo no período pós-crise. Na média dos latinos, a desaceleração foi de 0,66 ponto porcentual, enquanto no mundo ficou em 0,54 ponto porcentual de perda de ritmo, calcula Pessôa.
"O crescimento médio do Brasil nos últimos quatro anos desacelerou mais do que na América Latina e no Mundo. Houve alguma coisa específica que provocou uma desaceleração muito maior", disse o economista. Segundo ele, o fato de o Brasil ser uma economia muito fechada influencia, além de os termos de troca com o restante do mundo terem aumentado para muito além do verificado nos governos Lula e Fernando Henrique Cardoso.
"O que verificamos é uma hipersensibilidade à desaceleração de meio ponto da economia mundial. Dizer que o resto do mundo é responsável por nossa desaceleração simplesmente não faz sentido", criticou Pessôa, que participou nesta segunda-feira, 22, do evento no Rio promovido pela Firja, pela Fundação Getúlio Vargas e o jornal Valor Econômico.