O governo mantém a previsão de arrecadação de R$ 18 bilhões com o Refis em 2014, apesar de o resultado em agosto ter ficado abaixo das expectativas da Receita Federal. Segundo afirmou nesta terça-feira, o secretário adjunto da Receita, Luiz Fernando Teixeira Nunes, o valor arrecadado no mês passado ficou abaixo do previsto porque os contribuintes preferiram fazer o pagamento em cinco parcelas.
O resultado da arrecadação com o Refis no mês de agosto, de R$ 7,130 bilhões, ficou abaixo do que a Receita previu inicialmente, de um valor entre R$ 13 bilhões e R$ 14 bilhões no mês. Nunes reconheceu ainda que o valor ficou abaixo do previsto, mas garantiu que a previsão para o ano continua a mesma.
"Com base em parcelamentos anteriores, inferíamos que a parcela paga à vista em agosto totalizaria algo em torno de R$ 13 bilhões e as demais parcelas que seriam pagas até dezembro totalizariam os R$ 18 bilhões", disse. "O que ocorreu em agosto é que, pelo comportamento dos contribuintes, boa parte preferiu efetuar entrada do parcelamento não à vista, mas em cinco parcelas", explicou.
O secretário disse que a Receita espera, de setembro a dezembro, uma arrecadação de R$ 2,278 bilhões ao mês. Com essas quatro parcelas, o resultado ficaria em R$ 16 bilhões. "O que está faltando para os R$ 18 bilhões é a parcela que será paga em novembro, que é o parcelamento que ainda está passível de os contribuintes aderirem", explicou. "Essa é a previsão de arrecadação com Refis deste ano: ela era R$ 18 bilhões e continua R$ 18 bilhões", disse.
No fim de agosto, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, havia adiantado que a arrecadação do governo com o parcelamento de débitos tributários em agosto seria menor do que o previsto pela Receita Federal. "Esse Refis que começou em agosto é dividido em cinco parcelas. Não tinha como concentrar em agosto a projeção de R$ 13 bilhões. É inadequada", explicou na ocasião. O ministro afirmou que, "como um todo", o Refis deve render de R$ 18 bilhões a R$ 20 bilhões em 2014.
Crescimento real
A Receita Federal informou que o governo estima crescimento real de 1% da arrecadação federal neste ano, conforme antecipou no mês passado o Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado. A informação foi dada oficialmente nesta terça, pelo secretário adjunto da Receita Federal, Luiz Fernando Teixeira Nunes. No mês passado, Nunes adiantou que o governo não acreditava mais que seria possível a arrecadação de impostos crescer 2% em 2014 e disse que o número seria revisto em setembro.