Os acionistas da Santo Antônio Energia (SAE) se reunirão nesta terça-feira, 21, definir se farão novo aporte de recursos na empresa responsável pela construção da usina Santo Antônio, em Rondônia. A necessidade de recursos estimada para o próximo mês é de cerca de R$ 1,6 bilhão, informou nesta manhã o presidente da Eletrobras, José da Costa Neto. No início deste mês, a Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, noticiou que a Odebrecht fez aporte antecipado para evitar inadimplência por parte da SAE.
Costa Neto informou que o aporte deve respeitar a participação de cada empresa na SAE. Por conta disso, o montante já considera uma participação aportada anteriormente pela Odebrecht. A Eletrobras, a partir da subsidiária Furnas, detém 39% da sociedade e deve ser a principal responsável por injetar recursos na SAE. Também integram a sociedade o fundo Caixa FIP Amazônia Energia (20%), a Odebrecht Energia (18,6%), a Andrade Gutierrez (12,4%) e a Cemig (10%). A Odebrecht e a Andrade Gutierrez, além de sócias da SAE, também integram o consórcio construtor.
O novo aporte, de acordo com Costa Neto, é necessário para que a companhia cumpra as obrigações de liquidação no início de novembro, referentes ao mês de setembro, além de outros custos referentes ao andamento das obras. O presidente da Eletrobras afirmou há pouco que não acredita na possibilidade de as obras serem paralisadas. "A posição nossa é fazer todo o esforço necessário para que isso não aconteça. A obra está em ritmo bom e nossa posição é sempre essa", afirmou Costa Neto. O executivo participa nesta terça-feira do Power Brasil Events 2014, realizado em São Paulo.
O executivo também destacou que a SAE "cumprirá as determinações" da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) enquanto a agência não analisa a responsabilidade da Santo Antônio em relação ao atraso da entrega de energia. O julgamento do caso deve ocorrer antes da liquidação de novembro, ou seja, nas próximas duas semanas.
Caso a SAE obtenha posição favorável da Aneel, afirma o presidente da Eletrobras, os recursos já aportados na Santo Antônio tendem a ficar no caixa da empresa. "Revertendo isso e tendo um montante a receber, o normal seria a empresa ficar capitalizada para futuras necessidades. Mas, se houver uma sobra muito grande, é possível que algo seja devolvido aos acionistas", disse.