O chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Tulio Maciel, explicou nesta sexta-feira, que a balança comercial foi a "maior responsável" pelo déficit em conta corrente de setembro, que ficou em US$ 7,907 bilhões. No mês passado, a balança terminou negativa em US$ 940 milhões. "Há uma redução da corrente de comércio, com queda maior das exportações em setembro", observou o economista.
Em setembro, as vendas de produtos brasileiros para o exterior ficaram em US$ 19,617 bilhões. Em igual mês do ano passado elas haviam ficado em US$ 20,850 bilhões. "Parte dessa redução na balança se deve pelo preço, que tem caído cerca de 4% no ano", explicou Maciel, que listou alguns produtos para dar exemplo, como minério de ferro, com queda de 17% em 2014, açúcar bruto com recuo de 10% e soja, com queda de 5%.
Maciel disse ainda que as condições de financiamento de déficit em conta corrente permanecem confortáveis. Segundo ele, 80% do déficit segue financiado pelo Investimento Estrangeiro Direto (IED). "Além disso, outras fontes de financiamento, como as taxas de rolagem, estão em 100%, então as condições de financiamento permanecem favoráveis", observou.
Projeções
Para outubro, Maciel informou que o BC estima que o déficit em conta corrente deve ficar em US$ 6,6 bilhões. Em igual mês do ano passado, havia ficado em US$ 7,1 bilhões. Maciel informou ainda que a previsão para o IED em outubro é de um ingresso líquido de US$ 4 bilhões. Segundo ele, a parcial de ingressos até 22 de outubro está em US$ 2,9 bilhões.
De acordo com Maciel, o ingresso de IED tem sido influenciado, ano a ano, por obras de infraestrutura no segmento energético. De janeiro a setembro de 2013, esse ramo havia atraído US$ 1,403 bilhão; em 2014, esse volume de recursos quase dobrou, passou para US$ 2,173 bilhões.