O nível de confiança das empresas pode ter alguma melhora pela definição tanto do quadro eleitoral quanto de futuras medidas para melhorar o quadro econômico, analisou nesta segunda-feira, o superintendente adjunto de Ciclos Econômicos da Fundação Getulio Vargas (FGV), Aloisio Campelo. "Havia muita incerteza em relação ao ambiente, algumas empresas tendem até a melhorar a avaliação por haver já alguma decisão, qualquer que seja", disse ao comentar os resultados da Sondagem do Comércio.
Segundo Campelo, a confiança do comércio não será a mais afetada pelo resultado das eleições, tendo em vista o desenho da pesquisa e a característica do setor, com grande pulverização e um contingente extenso de pequenas empresas. "Elas estão muito ligadas no dia a dia, mas no modo geral notamos que, nas demais pesquisas empresariais, há muitas empresas que prestam atenção nesse cenário político", afirmou.
A preocupação que ainda remanesce, de acordo com Campelo, é sobre os rumos da política econômica. Ontem, a presidente Dilma Rousseff (PT) foi reeleita, mas ainda não há definições sobre como será a condução da economia nos próximos quatro anos. "Essa definição pode ter algum efeito (na confiança), mas no comércio isso deve ser mais discreto", citou o superintendente.
"Ainda que 2015 seja um ano em que a economia vai crescer devagar, esse novo cenário terá impacto neutro ou ligeiramente positivo (nos índices de confiança)", acrescentou. Em outubro, as expectativas do setor de serviços cresceram 4,4%. As percepções sobre o futuro também melhoraram na prévia deste mês para a confiança da indústria. No comércio, as avaliações sobre os próximos meses também foram favoráveis, com aumento de 1,8%, segundo a série com ajuste sazonal (ainda experimental, já que a confiança do comércio é recente, iniciada em 2010).