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Estado de Minas

Problema do país é falta de investimento, diz Fishlow

Especialista pondera que, com a reeleição de Dilma Rousseff, o investimento não irá desaparecer, mas haverá um período de incertezas


postado em 27/10/2014 18:01 / atualizado em 27/10/2014 18:56

O principal problema da economia brasileira atualmente é a falta de investimento, avaliou nesta segunda-feira, o professor emérito da Universidade Columbia, em Nova York, Alberto Fishlow, durante teleconferência para analisar o cenário pós-eleições no País. De acordo com ele, a taxa de investimento não vai aumentar enquanto a economia não voltar a crescer.

O especialista ponderou que, com a reeleição de Dilma Rousseff, o investimento não irá desaparecer, mas haverá um período de incertezas, com investidores estrangeiros e domésticos aguardando sinais da direção política e econômica no segundo mandato. "Se o governo não tomar medidas para reverter esse quadro, acho que vai continuar o problema da falta de investimento", disse.


Outro grande problema da economia, citou, é a falta de um maior comércio internacional com países estratégicos. Ele afirmou que o Brasil está atrás de outros países que vêm crescendo por meio de relações comerciais com foco em valor agregado. "Hoje o Brasil está, de um lado, sem tratados de livre comércio; de outro, é interessante notar que as tarifas continuam altas", destacou.

Ele apontou que outro problema sério é a educação, setor que vai requerer investimentos, sobretudo, em qualidade. Fishlow defendeu que, para realizar as mudanças necessárias, Dilma terá que fazer a reforma política, reduzindo o número de partidos, e cortar ministérios. "Se não houver avanços dentro de um ano e meio, vai haver redução do apoio (no Congresso), complicando a situação", disse.

Inflação

Durante a teleconferência, Fishlow avaliou que a alta da inflação atualmente é consequência de ajustes na economia que não foram feitos no passado. Diante disso, ele defendeu que o Banco Central terá que aumentar "um pouco" a Selic para mostrar que a política monetária do País ainda é independente. "Se não fizer isso, vai haver ainda mais falta de credibilidade, o que vai piorar a situação econômica", disse.


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