A prática do desapego caiu no gosto do público seleto. Os brechós de luxo virtuais, tendência em países da Europa e Estados Unidos, vem tornando um nicho de negócio em Belo Horizonte. À frente, mulheres de alto poder aquisitivo que “dividem” joias e peças de grifes com um grupo restrito de clientes. Para a responsável pelo site Desapego de Ouro, Elaine Picchioni, o que torna o modelo um sucesso são preços entre 50% e 70% menores em relação ao produto das vitrines.
O site existe desde junho de 2013, mas a exposição maior vem das redes sociais. Picchioni conta que as fornecedoras geralmente são amigas e pessoas próximas que desapegam de coisas esquecidas nos armários por não se identificarem mais com o produto para, com isso, abrir espaço para novas aquisições. "Contamos com outras fornecedoras desde que seja comprovada a autenticidade dos produtos", disse.
Picchioni explica que as joias são marcadas com a logomarca ou nome da joalheria. Com o CPF do comprador é possível obter a garantia da joia. Se a peça for de joalheria pessoal (ourives ou outros) é necessário o documento de garantia. As peças que levam pedras, no caso de diamantes, também são averiguadas. "Não é difícil desapegar de uma joia, eu mesma já me desapeguei de várias", disse. Segundo ela, os preços vão de R$ 800 a R$ 20 mil em média. “Normalmente as alianças de diamantes são as peças mais caras, porém, aqui elas saem pela metade do valor de uma nova. São também muito cobiçadas as navetes e as rivieras, todas em diamantes”, emenda.
Conforme Renata, as peças são consignadas. “Cobramos uma comissão de 50% para peças de até R$ 1.500 e 40% acima. A ideia dos clientes é dar uma limpa no closet de peças que não estão usando, ou que ganharam e não gostaram, ou que nao serve mais, que não cabem”, explica.
Antenada na moda, a empresária se lançou no mundo do desapego em meados do ano passado, depois de trabalhar como vendedora em lojas do país e do exterior. Sua página na internet deu tão certo que Renata abriu uma loja física no Bairro São Pedro, na capital, com a mesma proposta. "O site vende mais acessórios e a loja, roupas", conta. Renata também mira seus planos no mercado de franquias. "Quero crescer. É um negócio lucrativo, mas tem que saber lidar. As peças não são nossas, são de fornecedores, por isso é preciso responsabilidade e paciência para vender e obter lucro. Também é importante a loja estar em dia com as obrigações comerciais, como a declaração de impostos, por exemplo", conclui.
Mercado em alta
Os negócios das empresárias mineiras Elaine Picchioni e Renata Karlburger estão na direção de um mercado em crescimento. De acordo com a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm), moda e acessórios lideram as compras nas redes sociais. Na internet, o segmento é campeão, seguido de cosméticos, eletrodomésticos e perfumes.
Segundo o levantamento, em primeiro lugar está a moda (19%), seguida por cosméticos (18%) e em terceiro eletrodomésticos (10%). Ainda conforme o levantamento, 42% das vendas online são feitas por pessoas entre 15 e 30 anos, 39% entre 31 e 59 anos e 19% para a "turminha" da "melhor idade" acima de 59 anos.
Por faixa etária, o ticket médio das compras online no Brasil é de R$ 327, sendo a mulher a maior compradora online, responsável por 57% do total. O perfil das compradoras revela que 68% delas têm idade entre 25 e 49 anos. O total de compradores online no Brasil é de 58 milhões, segundo a ABComm.
Serviço:
Desapego de Ouro
www.desapegodeouro.com.br
contato@desapegodeouro.com.br
RK Deluxe
www.rkdeluxe.com.br
Loja Física: Rua Lavras, nº 188, Loja 03
Bairro São Pedro | Belo Horizonte