A Secretaria da Receita Federal anunciou nessa segunda-feira o lançamento de um aplicativo que possibilitará fazer o rascunho da declaração do Imposto de Renda ao longo do ano. Os dados podem ser inseridos e acessados em computadores e dispositivos móveis conectados à internet como smartphones e tablets.
Segundo o subsecretário de Arrecadação e Atendimento do Fisco, Carlos Roberto Occaso, o objetivo do rascunho “é permitir que o contribuinte vá preparando a declaração à medida que os fatos vão acontecendo”. De acordo com Occaso, a aplicação servirá para o contribuinte arquivar, por exemplo, recibos de consultas com dentistas e médicos. “Com o recibo em mãos, já coloca no rascunho e depois não terá necessidade de ficar procurando. Estará lá na hora que o contribuinte quiser importar os dados para fazer a declaração”, disse.
Segundo estatísticas da Receita Federal, todos os anos cerca de 30% dos declarantes caem na temida malha fina por erros no preenchimento do formulário das despesas dedutíveis admitidas. Esse aplicativo permitirá evitar esse estresse.
O especialista Francisco Arrighi, diretor da Fradema Consultores Tributários, considerou uma boa iniciativa do Fisco e afirma que o principal erro é deixar para juntar os comprovantes na última hora. “A quantidade de documentos que precisa ser reunida para o preenchimento do formulário é grande e preencher o mesmo com pressa aumenta os riscos de erros”, recomendou.
RECURSO Em 2014, foram entregues 26,8 milhões de declarações. Mais de um milhão usou o recurso de preenchimento automático. “Estamos tentando nos adiantar. Tínhamos uma demanda muito grande por esse produto. Hoje, as pessoas que fazem uso de dispositivos móveis poderão inserir os dados assim que saírem do dentista, por exemplo, e depois poderão acessar em casa no desktop. Podem começar a anotação em um lugar e terminar em outro aparelho”, explicou Maria Rita de Abreu, coordenadora de Sistemas da Receita.
Occaso também citou que a medida vai facilitar a vida do trabalhador liberal, que não tem o serviço de um contador, a guardar os recebimentos mensais. Entre as operações que poderão ser lançadas, estão: dependentes, despesas dos dependentes, rendimentos, pagamentos efetuados ao longo do ano e movimentação de bens e direitos.
Os dados poderão ser arquivados no aplicativo até o dia 28 de fevereiro. No dia 1º de março, o contribuinte tem a opção de importar ou não para a declaração final. Ainda de acordo com o subsecretário, a Receita Federal não utilizará essas informações quando os dados forem lançados pelos contribuintes, ou seja, o órgão não terá acesso ao rascunho e não poderá usá-lo como declaração final se não for enviado. “Essa não é uma declaração. O contribuinte não declarou nenhuma informação”, explicou. O órgão acrescentou que não é interesse da Receita Federal ter acesso previamente a esse rascunho e que não vai funcionar para saber quanto será arrecadado. “Visa apenas facilitar o preenchimento da declaração”, frisou Occaso. Poderão ser registrados dados entre 1º de janeiro e 31 de dezembro de cada ano. Nos smartphones é preciso baixar o aplicativo “IRPF” ou acessar o www.receita.fazenda.gov.br.