Brasília – A Petrobras anunciou aumento de 3% no preço da gasolina e de 5% no diesel nas refinarias. O reajuste entrou em vigor a meia-noite desta sexta-feira. A tendência é de que os postos de abastecimento repassem o índice cheio para o preço do litro vendido na bomba, que recairá direto para os consumidores. Levando em conta o preço médio atual praticado nos postos de Belo Horizonte e o repasse na íntegra do reajuste da Petrobras aos consumidores, o litro da gasolina saltaria para algo em torno de R$ 2,90. Já no caso do diesel, caso o reajuste integral seja repassado pelos postos o valor do litro passará para R$ 2,60, em média.
A diretoria da estatal vinha pressionando o governo para ser autorizada a praticar uma elevação dos preços dos combustíveis para reequilibrar suas contas. De janeiro a setembro deste ano, a companhia amargou prejuízo de R$ 60 bilhões por conta da defasagem de 17% decorrente da diferença entre o que a petroleira estava pagando pelo combustível no mercado internacional e o preço que estava vendendo no mercado doméstico.
Apenas nas últimas semanas, com a forte queda no preço do petróleo no mercado internacional e a recente valorização cambial, a estatal passou a importar e vender o combustível sem prejuízo. Porém, o rombo no caixa é grande. A Petrobras é a companhia petrolífera mais endividada do mundo, com dívidas que passam de R$ 300 bilhões. Tanto que a presidente da companhia, Graça Foster, chegou a sugerir um percentual de reajuste de 8%, bem acima do concedido ontem pelo governo, que está segurando uma elevação mais alta por causa do impacto do reajuste na inflação.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatatística, a gasolina compromete 3,74% do orçamento familiar. Pelos cálculos do economista André Braz, da Fundação Getulio Vargas (FGV), isso significa que para cada 1% de aumento, a gasolina impactará em 0,04 ponto percentual o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Com um reajuste de 3% o impacto será de 0,12 ponto percentual. Já o óleo diesel compromete fração bem menor do orçamento familiar, conforme o IBGE, de 0,14%. Com esse peso, para cada 1% de alta, o impacto será de 0,001 ponto percentual. Com aumento de 5%, o índice subirá 0,005 ponto percentual. O IPCA será divulgado hoje e o mercado espera por uma inflação de 6,63% em 12 meses, portanto acima do teto da meta estipulada pelo Banco Central, que é de 6,5%.
Até ontem, o último reajuste autorizado para a Petrobras tinha sido em 30 de novembro do ano passado, quando anunciou aumento médio de 4% na gasolina e de 8% no diesel nas refinarias.Na época, especialistas calcularam que a alta da gasolina ao consumidor final seria de cerca de 3%, entretanto, a maioria dos postos acabou aplicando o índice integral. É o que deve ocorrer novamente.
Etanol
O ex-ministro da Agricultura Roberto Rodrigues, presidente do conselho deliberativo da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), afirmou ontem que o reajuste de 3% da gasolina nas refinarias não deve melhorar a margem do etanol, mas o repasse da alta de 5% no valor do diesel ampliará os custos do setor. O diesel é o combustível mais utilizado em tratores e caminhões na produção e transporte, tanto da cana quanto do etanol por parte das usinas. “O aumento diesel é mais custo para o nível de rentabilidade do etanol e essa alta não beneficia nada”, disse Rodrigues, salientando que a principal demanda do setor no curto prazo é o retorno da cobrança da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) sobre a gasolina. “O que tem de funcional para nós é a Cide e espero que ressurja com o tempo.”
A diretoria da estatal vinha pressionando o governo para ser autorizada a praticar uma elevação dos preços dos combustíveis para reequilibrar suas contas. De janeiro a setembro deste ano, a companhia amargou prejuízo de R$ 60 bilhões por conta da defasagem de 17% decorrente da diferença entre o que a petroleira estava pagando pelo combustível no mercado internacional e o preço que estava vendendo no mercado doméstico.
Apenas nas últimas semanas, com a forte queda no preço do petróleo no mercado internacional e a recente valorização cambial, a estatal passou a importar e vender o combustível sem prejuízo. Porém, o rombo no caixa é grande. A Petrobras é a companhia petrolífera mais endividada do mundo, com dívidas que passam de R$ 300 bilhões. Tanto que a presidente da companhia, Graça Foster, chegou a sugerir um percentual de reajuste de 8%, bem acima do concedido ontem pelo governo, que está segurando uma elevação mais alta por causa do impacto do reajuste na inflação.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatatística, a gasolina compromete 3,74% do orçamento familiar. Pelos cálculos do economista André Braz, da Fundação Getulio Vargas (FGV), isso significa que para cada 1% de aumento, a gasolina impactará em 0,04 ponto percentual o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Com um reajuste de 3% o impacto será de 0,12 ponto percentual. Já o óleo diesel compromete fração bem menor do orçamento familiar, conforme o IBGE, de 0,14%. Com esse peso, para cada 1% de alta, o impacto será de 0,001 ponto percentual. Com aumento de 5%, o índice subirá 0,005 ponto percentual. O IPCA será divulgado hoje e o mercado espera por uma inflação de 6,63% em 12 meses, portanto acima do teto da meta estipulada pelo Banco Central, que é de 6,5%.
Até ontem, o último reajuste autorizado para a Petrobras tinha sido em 30 de novembro do ano passado, quando anunciou aumento médio de 4% na gasolina e de 8% no diesel nas refinarias.Na época, especialistas calcularam que a alta da gasolina ao consumidor final seria de cerca de 3%, entretanto, a maioria dos postos acabou aplicando o índice integral. É o que deve ocorrer novamente.
Etanol
O ex-ministro da Agricultura Roberto Rodrigues, presidente do conselho deliberativo da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), afirmou ontem que o reajuste de 3% da gasolina nas refinarias não deve melhorar a margem do etanol, mas o repasse da alta de 5% no valor do diesel ampliará os custos do setor. O diesel é o combustível mais utilizado em tratores e caminhões na produção e transporte, tanto da cana quanto do etanol por parte das usinas. “O aumento diesel é mais custo para o nível de rentabilidade do etanol e essa alta não beneficia nada”, disse Rodrigues, salientando que a principal demanda do setor no curto prazo é o retorno da cobrança da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) sobre a gasolina. “O que tem de funcional para nós é a Cide e espero que ressurja com o tempo.”