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Estado de Minas

Preço da gasolina dispara nos postos de Belo Horizonte

Reajustes de R$ 0,20 por litro nas bombas é mais de duas vezes superior ao repasse da alta de 3% autorizada pelo governo para os preços nas refinarias da Petrobras


postado em 08/11/2014 06:00 / atualizado em 08/11/2014 07:32

Um dia depois do anúncio do governo, motoristas encontram valores muito acima da alta oficial(foto: Cristina Horta/EM/D.A Press)
Um dia depois do anúncio do governo, motoristas encontram valores muito acima da alta oficial (foto: Cristina Horta/EM/D.A Press)

Apesar de o reajuste autorizado pela Petrobras ter sido de apenas 3% para a gasolina, em Belo Horizonte muitas revendas variaram o preço mais de duas vezes acima do percentual. Com isso, em vez de o aumento ter sido entre R$ 0,08 e R$ 0,10 a mais pelo litro do combustível, a alta imediata foi de até R$ 0,20 (majoração de aproximadamente 7,5%). Nos postos que não aumentaram o valor, motoristas fizeram fila ontem para conseguir o produto antes da alta.

No posto Niquelina, a gasolina subiu de R$ 2,69 para R$ 2,89, o que, segundo o gerente da unidade, Elder Faria, é explicado pela elevação da distribuidora. No posto SR, na Via Expressa, a variação foi a mesma. De olho na alta, a taxista Vilma Carregal aproveitou para encher o tanque no posto Expresso, um dos poucos que ontem ainda não tinha repassado o reajuste. Lá, dezenas de carros formavam enormes filas para esperar sua vez de abastecer. Com a calculadora na mão, a taxista mostra a economia gerada com os centavos. Os mesmos 24 litros saem por R$ 64 no posto que cobra R$ 2,67 por litro, enquanto na unidade que o combustível custa R$ 2,80 ela teria que pagar R$ 67,20. Na teoria seriam só R$ 3,20, mas, na prática, como ela roda quase 300 quilômetros por dia, a economia seria de R$ 90. “Todo centavo significa muita coisa”, afirma.

Na composição do índice inflacionário oficial (IPCA), a gasolina tem peso direto de 4,24% e o óleo diesel de 0,21% na Grande BH. Isso faz com que o indicador de novembro tenha acréscimo direto de 0,14 ponto percentual, considerando que o reajuste médio será de 3% e 5%, respectivamente, sobre os combustíveis. Mas é preciso considerar os impactos indiretos. Por exemplo, o diesel integra a planilha de custos do transporte coletivo de passageiros, lembra o economista do IBGE, Antonio Braz, ressaltando que nesse caso a tarifa é administrada pela Prefeitura de Belo Horizonte e o repasse só é feito periodicamente – em dezembro. “O impacto não é só no primeiro mês”, afirma Braz. Ele afirma que há efeito também na cadeia produtiva, considerando que o frete afeta a todos os segmentos.
 
Para encher o tanque sem elevar o custo, filas se formaram na rede que decidiu trabalhar sem alterar os preços(foto: Cristina Horta/EM/D.A Press)
Para encher o tanque sem elevar o custo, filas se formaram na rede que decidiu trabalhar sem alterar os preços (foto: Cristina Horta/EM/D.A Press)
Frete
Segundo a Federação das Empresas de Transportes de Carga do Estado de Minas Gerais (Fetcemg), o diesel representa 30% do custo do frete no estado. Com isso, a estimativa é que o impacto seja de aproximadamente 1,5%, o que pode variar de acordo com o segmento. O percentual pode ser ainda maior de acordo com o reajuste adotado nas revendas. Nos postos visitados pelo EM, assim como ocorreu com a gasolina, a elevação foi superior ao percentual adotado pela Petrobras. O diesel subiu mais de 6% nos postos, enquanto a alta autorizada nas refinarias foi de 5%. “Vai ter aumento no frete. Não tenha dúvida. É questão de sobrevivência. Não tem como segurar mais”, afirma o presidente da entidade Vander Costa.

O presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado de Minas Gerais (Minaspetro), Carlos Guimarães, afirma que as distribuidoras praticaram reajustes diferentes. Ele lembra que nos últimos meses a gasolina na capital mineira teve queda, o que pode justificar a alta um pouco maior. “Às vezes, recompõe um pouco a margem. A oscilação é saudável e mostra que ele é concorrencial”, afirma Guimarães. Números do site Mercado Mineiro mostram que a gasolina teve ligeira redução de 0,52% entre as pesquisas de junho e outubro.


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