Em busca de uma alternativa definitiva para suprir a atual ou mesmo a futura falta d'água, condomínios residenciais de São Paulo e do interior têm investido pesado na construção de poços artesianos como fonte própria de abastecimento. A procura movimenta o mercado, que bate recorde de atendimentos. Uma perfuração custa em média R$ 50 mil.
A seca também mudou o perfil do consumidor de água de poço. Antes da crise, a cartela de clientes das empresas especializadas era formada, na maioria, por comerciantes e empresários. Agora, são moradores de prédios e até de casas que fazem o maior número de pedidos.
A procura é tanta que algumas das empresas só darão conta de aceitar novos projetos em 2015. É o caso da São Paulo Poços, que alerta os interessados, pela internet, que a demanda, neste ano, já superou sua capacidade de atendimento.
Na Grande São Paulo e interior, a procura é alta. "Recebemos cerca de 80 ligações por dia solicitando informações sobre perfuração de poços. Por mês, são cerca de 200 pedidos. Antes do início dessa seca, nossa média era de 60 a 80 projetos por mês", diz Luciano Leo Júnior, proprietário da Jundsondas Poços Artesianos, de Jundiaí. "Em setembro, já havíamos feito mais poços do que no ano passado inteiro", diz.
Apesar de ter virado um "objeto de consumo", o poço artesiano não está ao alcance de todos. Cerca de 40% dos condomínios residenciais da capital, por exemplo, não comportam todo o maquinário necessário para fazer a perfuração, segundo estimativa da Hidromaster.
"A obra exige um espaço de, no mínimo, oito metros de comprimento por três metros de largura. Os prédios mais antigos da cidade, que foram feitos sem recuo, dificilmente dispõem dessa metragem", afirma o dono da empresa, Adauto Afonso dos Santos. Geralmente, os condomínios usam os jardins ou mesmo as garagens para montar o canteiro de obras.
A boa notícia é que, diferentemente do que se imagina, o processo não é demorado, apesar de bastante complexo. O prazo de perfuração varia de 5 a 30 dias aproximadamente. A diferença depende do tipo de rocha a ser perfurada. Solos arenosos, chamados de sedimentares, dão mais trabalho. As informações são do jornal
O Estado de S. Paulo.