Após o embate de terça-feira, à noite entre parlamentares da base e da oposição na Comissão Mista de Orçamento (CMO) sobre o projeto eliminando a meta de superávit primário do governo federal, os dois lados realizam uma nova sessão nesta tarde de quarta-feira, em clima de 'mea-culpa' de ambos os lados para votar a matéria e esquecer a briga anterior. "Avancei sobre vossa senhoria, presidente Devanir Ribeiro (deputado pelo PT-SP), mas não foi um sinal de desrespeito à pessoa. Foi em direção ao espaço democrático. Respeito o senador Romero Jucá, a quem quero pedir desculpa, porque não tinha o direito de tirar a ata de suas mãos, mesmo a ata não retratando a realidade", disse o líder do DEM na Câmara, Mendonça Filho (PE).
A atitude de Mendonça de puxar a ata das mãos de Jucá caiu mal entre os parlamentares. "O que vivenciamos é um exemplo de algo que não deve ser repetido", observou o líder do PSDB, deputado Antônio Imbassahy (BA). "Se excessos tiveram por parte dos governistas, também tiveram do lado da oposição", ponderou.
O líder tucano também aproveitou para alfinetar a proposta, sobre a qual o PSDB é contra. "A presidente Dilma Rousseff descumpriu o orçamento de 2014 e com essa matéria quer uma anistia", disse.
Após as pazes em público, base e oposição apreciam o projeto com um acordo pela votação da proposta de mudança do superávit hoje. "Coletivamente acertamos em fazer esse acordo político para essa questão que é importante para o País", afirmou Ribeiro, presidente da CMO.
O líder do governo no Congresso, senador José Pimentel (PT-CE), destacou que "acordo feito é acordo para ser cumprido, essa é a tradição do Congresso Nacional, das nossas tradições das duas Casas".
Pimentel disse que o projeto alterando o superávit é importante para manter investimentos e reduzir o custo Brasil representado pela carga tributária, amenizada pelas desonerações fiscais concedidas pelo governo e abatidas da economia feita para o pagamento de juros da dívida pública. "Apresentamos esse projeto a partir de dois grandes princípios, entre eles garantir os investimento em infraestrutura. Não temos nenhum governador novo e reeleito se insurgindo contra esse projeto", disse. "A partir deste momento, que o Brasil discute a redução do custo Brasil, da carga tributária, não temos nenhum governador se opondo", considerou.